São Paulo, sábado, 8 de junho de 1996
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Ventriloquia

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

A desculpa de Paulo Maluf e Celso Pitta, para o descaramento dos comerciais eleitorais, é o partido. É como pretendem abrigar-se na Justiça, quando vier.
Não é campanha, diz Pitta, mas um comercial do PPB. Na Bandeirantes:
- O que nós fizemos foi mostrar a filosofia de ação do PPB, com exemplos concretos. Nada mais.
O âncora José Paulo de Andrade não se aguentou e apontou, "cinismo". Cinismo que prosseguiu em novo comercial, com uma pergunta ao candidato:
- Para o PPB, qual a receita da boa administração?
- Sobre isso, o meu partido tem uma visão muito clara. É fundamental um bom planejamento e principalmente uma boa administração financeira blablablá.
Já se sabe bem que televisão é poder. O fim do comunismo, para dar um exemplo distante, trouxe combates, não mais pelos palácios, mas pelas emissoras de TV.
A novidade é que televisão é terror. Na vanguarda está o Hizbollah, do Líbano. Na voz de Luís Lopes Corrêa, ontem no Aqui Agora:
- Pela primeira vez, um grupo terrorista grava os últimos momentos de vida da sua vítima. Preste atenção... Uma milícia aliada de Israel está de vigia junto ao tanque... Um dos soldados caminha despreocupadamente, sem olhar para onde pisa... De repente... (explode a bomba)
- Foi uma morte registrada por um câmera do Hizbollah, o grupo terrorista responsável pelo atentado. O grupo levou as imagens até o seu canal de televisão e as exibiu, mostrando em câmera lenta o momento da explosão. Veja aí. (explode a bomba)
Audiência certa no Líbano e no Brasil -onde foi manchete em toda parte, a começar do Jornal Nacional.

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