São Paulo, sábado, 8 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC manda reduzir mais os gastos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu ampliar de R$ 1,5 bilhão para R$ 3,5 bilhões o corte nos gastos do Executivo com manutenção da máquina e investimentos. A medida visa evitar estouro nas despesas orçamentárias.
Os cortes consideram uma queda de mais 17% (R$ 20 bilhões) na estimativa inicial de uma arrecadação de impostos e contribuições de R$ 115 bilhões, programada no Orçamento de 96. O número exclui a receita previdenciária.
FHC assinou decreto acabando com o bloqueio aleatório de verbas pela Secretaria do Tesouro.
Ele fixou em R$ 16,9 bilhões os gastos que os ministérios poderão fazer com custeio e investimentos nos próximos seis meses.
Os ministros Antonio Kandir (Planejamento) e Pedro Malan (Fazenda) anunciaram o fim do regime da "administração na boca do caixa", exigência de FHC.
A partir de julho, todos os ministros saberão quanto terão em verbas liberadas pelo Tesouro a cada trimestre. Além disso, até o dia 10 de cada mês, serão informados dos recursos disponíveis no mês.
Fornecedores
Para Kandir, o governo terá melhores condições para negociar preços com fornecedores. Kandir avalia que a programação de gastos para todo o ano aumentará a eficácia dos programas sociais.
"Vamos ter resultados mais positivos na área social. Os ministérios vão saber quanto podem gastar, negociando melhores preços."
Os cortes orçamentários se concentram apenas sobre o Executivo. Pela Constituição, o governo não pode restringir despesas do Legislativo e do Judiciário.
Despesas relativas a telefone, café, luz, combustíveis, equipamentos militares, viagens, contratação de serviços de terceiros e investimentos são boa parte dos cortes.
Comunidade Solidária
Sem os R$ 6 bilhões que seriam arrecadados em 96 com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, os cortes incidem em R$ 20,4 bilhões destinados a custeio e investimento.
O secretário-executivo do Planejamento, Andrea Calabi, disse que os ministérios poderão assinar contratos e convênios em 96 no valor total de R$ 16,9 bilhões -R$ 2,5 bilhões são investimentos.
O secretário-executivo da Fazenda, Pedro Parente, informou que os programas da Comunidade Solidária e os projetos do Ministério da Saúde não sofrerão cortes.

Texto Anterior: Transporte adere à greve geral, anunciam centrais
Próximo Texto: Malan prevê redução do déficit
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.