São Paulo, sábado, 8 de junho de 1996
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Aproximação inexistente; A graça do amadorismo; Ensino; Informação socializada; Índios; Palhaçada; Desempenho decepcionante; Contrabando; Pipoca cara; Retorno do investimento; Indagações

Aproximação inexistente
"Gostaria de esclarecer aos leitores deste prestigioso jornal que não corresponde à realidade nota publicada pela coluna 'Painel' em sua edição de 6 de junho, sob o título 'Saída de emergência', acerca de uma suposta aproximação entre o ex-governador Orestes Quércia e a minha candidatura a prefeito de São Paulo.
Aproveito este espaço democrático para informar que, ao contrário do que informou a nota, meu último encontro com o ex-governador ocorreu em março de 1995.
Desde então, não mantivemos nem sequer contatos telefônicos."
Francisco Rossi, candidato à Prefeitura de São Paulo pela coligação "Rossi por São Paulo" (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Kennedy Alencar - Mantenho as informações publicadas.

A graça do amadorismo
"Engraçadíssima a leitura do primeiro fascículo da série 'A História das Olimpíadas'.
Pena que, com o progressivo aumento de interesse que se dará aos jogos posteriores, redundando no seu uso político e no acirramento do profissionalismo e da competitividade, tomando o espaço do improviso e do amadorismo, os fascículos seguintes não terão a mesma graça."
Paulo Roberto Pereira Vallim (Curitiba, PR)

Ensino
"É vergonhoso o fato de o governo estar deixando de lado o ensino superior gratuito. A impressão que se tem é que o governo já se conformou com o baixo nível de escolaridade do país e que o máximo a que a classe carente pode chegar é o 2º grau.
É certo que hoje a classe baixa raramente entra em universidades públicas, mas isso acontece pelo precário ensino 'fundamental'.
O que deve ser feito é uma correção futurista e não mascarar a situação atual (melhorar o ensino básico e abandonar o ensino superior)."
João Torreão Herrera (Salvador, BA)
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"Parece que ainda paira incompreensão a respeito da reforma administrativa. Com relação às universidades públicas, tenho visto muitas reações contra a proposta, porém fundadas em um medo da mudança (o que é natural) ou ainda na defesa de privilégios (o que é lamentável).
A graduação, essa sem dúvida deve ser cobrada, pois não é justo que toda a sociedade pague para que os filhos da elite estudem.
Aqueles que não podem pagar receberiam uma bolsa de estudos, restituível após a formatura, ou retribuiriam o investimento feito por meio de um serviço civil, relacionado à sua profissão."
Hamilton Coimbra Carvalho (São Paulo, SP)

Informação socializada
"Atenção, senhores candidatos às eleições municipais: leiam, por favor, o artigo de Bill Gates publicado dia 5/6, 'Como reduzir as disparidades'.
Nele, ele diz: 'As bibliotecas representam uma maneira inteligente de subsidiar o acesso público à informação, porque o investimento beneficia a comunidade toda...'.
Por que não estabelecer um programa, com patrocínio privado, de implantação e melhoria de bibliotecas municipais?"
Radoico Camara Guimarães (São Paulo, SP)

Índios
"O Nordeste é uma das regiões do país que apresenta os piores indicadores de miséria, maior índice de mortalidade, menor esperança de vida, maior grau de analfabetismo, maiores índices de subnutrição e de desnutrição, homens-gabiru etc.
Entretanto, com tudo isso, ou a despeito de tudo isso, trata seus índios melhor do que o Sul e Sudeste, pois lá a expectativa de vida é de 61 anos, bem acima das demais regiões brasileiras.
Diz a reportagem que lá eles estão mais aculturados do que os daqui. Pergunto se isso é vantagem em se tratando de região mais para a porção Índia desta nossa Belíndia."
Ricardo Valença (Campinas, SP)

Palhaçada
"Uma palhaçada. É o mínimo que se pode dizer sobre o cartel das editoras de livros didáticos.
Agora, com a desculpa de respeitar e preservar as editoras, o ministro enrola na hora de tornar públicos os nomes dos livros. Preservá-las, se elas não nos preservam, é brincadeira."
Epitacio Neto (Manaus, AM)

Desempenho decepcionante
"Decepcionante o desempenho do Brasil na pesquisa sobre corrupção e subornos entre os países.
Com toda a experiência, treinamento e know-how de nossos políticos, deputados e órgãos públicos, era de se esperar no mínimo uma performance superior a países menos expressivos como Uganda, Bangladesh e Quênia."
Alexandre Alencar (Ribeirão Preto, SP)

Contrabando
"Queria manifestar o meu ressentimento com a imprensa e com os órgãos federais e estaduais que controlam a arrecadação fiscal.
É um absurdo como esses dois segmentos dão pouca importância ao que está acontecendo em termos de contrabando de produtos, principalmente vindos do Paraguai, como brinquedos, cigarros e até armas e munição.
Nós, que pagamos impostos, fazemos papel de imbecis ao ver que ninguém se importa com o que está acontecendo."
Flavio Roberto Cora (Goiânia, GO)

Pipoca cara
"Eleições se aproximam e nossos artistas-políticos já ensaiam suas peças tragicômicas. A pág. 1-5 da Folha de 7/6 já nos traz uma amostra do tamanho da lona de circo que será içada este ano.
Pena que, como de costume, o palhaço seja o eleitor e a pipoca seja paga pelo contribuinte."
Lauro Ney Batista (São José dos Campos, SP)

Retorno do investimento
"As opiniões de Eduardo Matarazzo Suplicy, Ricardo Seitenfus e Adroaldo Streck sobre exagero ou não de cem pessoas na comitiva de FHC ao exterior deixaram de comentar um fator importante: custo x benefício.
Deve-se comparar o que se gasta com cada pessoa com o que cada pessoa a mais gera de benefício para o país. Desse modo fica mais fácil reduzir a comitiva, excluindo os improdutivos."
Wagner Matias de Andrade (Belo Horizonte, MG)

Indagações
"Gostaria de indagar das autoridades econômicas sobre o Plano Real e seu curso. Será que esse plano, ao ser instituído, não deveria ser precedido das reformas que, a posteriori, se requerem?
A sensação que se tem é a de que estamos sendo, talvez, e sob alguns aspectos, reféns do ponto de vista da equipe econômica do governo.
Será que não há nada para modificar ou reavaliar nesse plano ou no curso dele? Quem sabe, assim, a sociedade poderia ser poupada de muitos sofrimentos!"
Gilberto Motta da Silva (Curitiba, PR)

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