São Paulo, domingo, 9 de junho de 1996
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Acerto final; Partido prevenido; Cabeça-de-ponte; Alma presidencial; Sinceridade crua; Amigo da onça; Voz da caserna; Visão oficial; Negócio alto; Todos os santos; Filosofia oriental; De volta ao ninho; Acertando o passo; Baixa na taba; Primeiro Mundo; Terceiro Mundo

Acerto final
Salvo uma hecatombe, a comissão que analisará a reeleição de FHC será instalada logo após as eleições municipais. O Planalto quer que o processo comece e termine sob a batuta de Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA).

Partido prevenido
Serra começa a entrar nas cogitações do PFL para a Presidência, em 98. Um cacique diz que a cúpula do partido o acha "palatável". O problema é a base. Mas ressalva: "Palatável mesmo é o Fernando Henrique".

Cabeça-de-ponte
A cúpula do PFL começa a desconfiar do namoro de Inocêncio Oliveira (PE) com Maluf. Avalia que o líder fechou acordo com o prefeito, que é contrário à reeleição, para se eleger presidente da Câmara. O PPB tem 88 votos.

Alma presidencial
De um cacique do PFL: "FHC precisa entrar na eleição em São Paulo. O Serra está apanhando por causa dele". O pefelista acha, porém, que o presidente não fará o mesmo por outros tucanos. "Ele só gosta de ir na boa", diz.

Sinceridade crua
Serjão fez uma confissão, durante intervalo do show do violoncelista norte-americano Yo Yo Ma, quinta, em São Paulo. Para espanto dos interlocutores, disparou: "Brasília é um horror. Só tem lobista e pilantra".

Amigo da onça
De olho na aproximação entre PMDB e PSDB, um líder pefelista "elogia" o ministro Luiz Carlos Santos. "É, ele se saiu muito bem em São Paulo, derrotando o Quércia. Mas ainda anda tropeçando no Congresso", alfineta.

Voz da caserna
Habitualmente comedido, Marco Maciel fala grosso, amanhã, na ESG (Escola Superior de Guerra). Munido de transparências e sete páginas de texto, responderá aos críticos do governo.

Visão oficial
Sobre a popularidade do governo, Marco Maciel dirá na ESG: "As pesquisas medem o ocasional, não o permanente".

Negócio alto
Está fechado. A DM-9 Institucional, de Geraldo Walter e Nizan Guanaes, fará a campanha de Serra. Outras agências de publicidade poderão colaborar. Apenas como coadjuvantes.

Todos os santos
Com o acerto entre Serra e a DM-9 Institucional, a eleição paulistana terá um capítulo especial: a guerra dos baianos. Do lado tucano, Geraldo Walter e Nizan Guanaes. Na trincheira malufista, Duda Mendonça.

Filosofia oriental
Inspirado em Confúcio, o PFL nacional aconselha Régis de Oliveira, membro do partido e vice de Pitta em São Paulo: "Para bem viver, é melhor não ouvir, não falar, não ver". Maluf tem batido forte em Serra e FHC.

De volta ao ninho
Um dos articuladores da candidatura Serra, Franco Montoro (PSDB-SP) trabalha agora por um vice do PMDB: "Priorizamos os contatos com o PMDB. Se não der certo, os ventos sopram para o Arnaldo Madeira".

Acertando o passo
É definitivo: O Congresso será convocado extraordinariamente em julho. A idéia é limpar ao máximo a pauta da Câmara até a eleição. Para tratar com carinho a reeleição e o Orçamento de 97.

Baixa na taba
Júlio Geiger (Funai) demitiu o índio Marcos Terena. Alegou falta de produção. Não causou comoção nas aldeias. Terena tem se dedicado mais às rodas mundanas do que às indígenas.

Primeiro Mundo
O presidente do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), Demóstenes Madureira, depõe na comissão da Câmara sobre o sistema financeiro na terça. Segundo Gushiken (PT-SP), o IRB deixou de ganhar US$ 200 mi em 95.

Terceiro Mundo
O petista Gushiken diz que o IRB preferiu aplicar no mercado financeiro externo, que paga juros menores. Em dezembro de 95, o IRB tinha US$ 734 mi aplicados no exterior e US$ 390 mi no mercado brasileiro.

TIROTEIO
De Ivan Valente (PT-SP), sobre recomendação de FHC a Kandir, para, como ele, ter Deus dentro de si:
- Após a previsão sombria de Dornbusch sobre o Plano Real, o ex-ateu FHC apela, insinuando-se como divindade, para deixar a criatura a salvo de prognósticos racionais.

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