São Paulo, domingo, 9 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nacional distribuiu lucros fictícios

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Relatório de auditores do Banco Central sobre o Nacional apontou que o banco distribuiu R$ 161,3 milhões, entre 90 e 95, em dividendos baseados em lucros fictícios.
Foi nesse período, segundo apurou o BC, que os resultados positivos exibidos nos balanços do Nacional foram baseados em um esquema de empréstimos inexistentes, contabilizados como normais.
Entre as conclusões do relatório, obtido pela Folha, está a de que as operações fraudulentas chegaram a somar R$ 5,367 bilhões, ou 75% de todo o volume do crédito do Nacional às vésperas da intervenção federal no banco.
Números como esses não chamaram a atenção da fiscalização do BC. Pela versão oficial, a fraude só chegou ao conhecimento do governo em outubro, um mês antes da venda do Nacional ao Unibanco, financiada com R$ 5,898 bilhões dos cofres públicos.
A lista dos 25 administradores do Nacional desde 90 também é incômoda para o governo. Nela figura Ana Lúcia Catão de Magalhães Pinto, nora do presidente Fernando Henrique Cardoso e acionista do banco.
Kandir
O novo ministro do Planejamento, Antonio Kandir, tomou posse na terça-feira, em cerimônia que virou palanque de seu antecessor, José Serra, candidato à Prefeitura de São Paulo.
FHC, que apostou na vitória de Serra, exaltou o "entusiasmo" que Kandir prometeu. Recorrendo ao grego clássico, disse que entusiasmo é ter "Deus dentro de si".

Texto Anterior: Os "sem-teta"
Próximo Texto: ÍNDIOS; REFORMA
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.