São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996
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Lixo paulistano; Maus antecedentes; Jogando a toalha; Pegou mal; Pedra no sapato; Ouro de tolo; Pé na realidade; Meia sola; Sem discurso; No forno; Área cinzenta; Deixa pra lá; Reengenharia; Sonho difícil; Sobre ovos

Lixo paulistano
O Banco do Brasil está quase fechando um acordo com a Prefeitura de São Paulo para ser fiador de um megaempréstimo externo de U$ 360 milhões para a construção de dois incineradores de lixo na periferia.

Maus antecedentes
No ano passado, o Banespa tentou ser o fiador do empréstimo para os dois incineradores de lixo. Mas o Banco Central avaliou o negócio e considerou que era irregular. Resultado: acabou abortando a operação.

Jogando a toalha
Com o salário do funcionalismo público já entrando no quarto mês de atraso e sem conseguir acertar empréstimo externo para Alagoas, o governador Divaldo Suruagy já admite deixar o cargo no final do ano.

Pegou mal
É desconfortável a situação de Antônio Sochaczewski, diretor pelo Brasil junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Ele presidiu o Banespa durante o período que é investigado pelo Ministério Público.

Pedra no sapato
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, é o maior opositor à federalização do Banespa. Não quer que a União fique responsável pelo que julga um pepino com difícil solução a curto prazo.

Ouro de tolo
Estão com os dias contados as imagens bíblicas de Serra Pelada. A Vale do Rio Doce vai pagar o que for preciso para retirar os remanescentes do garimpo. Mesmo que precise superfaturar a indenização dos barracos.

Pé na realidade
Pesquisa do governo do Distrito Federal revela que a distribuição de renda é perversa em Brasília. Enquanto 10% das famílias mais pobres ficam com menos de 1% da renda total, as 10% mais ricas têm 42% da riqueza.

Meia sola
A conta é do MEC: aprovada a emenda que prevê gasto mínimo de R$ 300 por aluno, o Nordeste deve receber R$ 360 milhões em 1996. Um milhão por dia. Não resolve, mas deve atenuar o problema salarial dos professores.

Sem discurso
Publicitários acham que a candidatura de Francisco Rossi (PDT) a prefeito de São Paulo naufragará por falta de espaço. Além de uma candidata de oposição (Erundina), há dois governistas (Serra e Pitta).

No forno
O economista Gilberto Dupas, amigo pessoal de FHC e um dos maiores estudiosos da globalização, conclui um longo estudo sobre seu impacto sobre o emprego. Em breve, o documento vai estar nas mãos do presidente.

Área cinzenta
Segundo Dupas, ninguém, nem mesmo o governo, tem condições de saber ainda qual o tamanho do efeito da modernização econômica sobre o desemprego no país. "Essa é a pedra no sapato do governo", diz.

Deixa pra lá
Os malufistas desistiram de provocar José Serra (PSDB) alegando que ele não seria um bom prefeito porque desconhece os problemas de São Paulo. Motivo: o carioca Celso Pitta está só há nove anos na cidade.

Reengenharia
O som do gabinete do ministro do Planejamento mudou com a saída de Serra e a entrada de Kandir. O candidato do PSDB à prefeitura paulistana, que odeia computadores, levou embora sua velha máquina de escrever.

Sonho difícil
Mesmo sob risco de não sair candidato em São Paulo, Leiva já escolheu Chico Santa Rita para comandar seu programa na TV. Intencionam mostrar que o PMDB fez muitas obras na capital e que combate o desemprego.

Sobre ovos
O vice da chapa de Pitta, Régis de Oliveira (PFL), passou o feriado prolongado no interior de São Paulo explicando às bases porque aceitou se unir ao malufismo. Sua situação é complicada: ele se elegeu pelo PSDB.

TIROTEIO
Do vereador paulistano José Eduardo Martins Cardozo (PT), amigo pessoal de Luiza Erundina, sobre a suposta prepotência dos tucanos, que estariam considerando fácil a eleição de José Serra à Prefeitura:
- Isso lembra o FHC em 85. Só que desta vez, no lugar do Jânio Quadros, nós é que vamos ter que desinfetar a cadeira.

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