São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 1996 |
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Russos definem saída da Tchetchênia
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Russos e tchetchenos concordaram ontem em um cronograma para a retirada das tropas federais da República Autônoma e desarmamento dos rebeldes separatistas. As negociações sobre o futuro político da região, porém, continuavam.Segundo o porta-voz dos rebeldes, Movladi Udugov, a questão mais delicada é a realização de eleições locais na Tchetchênia, marcadas para domingo, mesma data do pleito presidencial russo. Os rebeldes querem o adiamento das eleições até que a retirada russa seja concluída. "Este é o ponto mais delicado. Pode anular os outros acordos", afirmou Udugov. Acordo O acordo acertado ontem prevê a saída das tropas russas até 30 de agosto. Na mesma data, a região deve estar "desmilitarizada", embora não esteja claro se o termo significa que os rebeldes terão de entregar todas as suas armas. Segundo Udugov, a desativação de bloqueios e postos de checagem russos deve começar amanhã, sendo concluída em 7 de julho. Antes do início das negociações de ontem, os tchetchenos anunciaram a libertação de 29 militares russos. As conversações de paz, realizadas em Nazran, na Inguchétia, são consequência de um acordo de cessar-fogo acertado entre o presidente russo, Boris Ieltsin, e o líder dos rebeldes, Zelimkham Iandarbiev, em 27 de maio. Apesar do acordo de ontem, a situação na república continua tensa. Quatro soldados russos morreram em um ataque na madrugada de ontem, e um oficial russo foi morto sábado em Urus Martan. A segurança na capital, Grozni, foi reforçada. O número de patrulhas aumentou, e estradas e pontes foram interditadas. "A situação se deteriora a cada dia. Os militantes estão se tornando mais ativos", disse o comandante russo Partagen Adrievski. Ieltsin O presidente Boris Ieltsin, candidato à reeleição, fez ontem uma visita eleitoral à Tartária. Ele usou a república como exemplo de convívio harmonioso com Moscou. Um acordo acertado em 1994, dando mais autonomia à república, conseguiu evitar um conflito separatista semelhante ao da Tchetchênia. Em visita à área onde uma mesquita e uma igreja ortodoxa estão sendo erguidas lado a lado, disse que o fato era "o símbolo da coexistência igualitária entre o cristianismo ortodoxo e o Islã na terra da Tartária e em toda a Rússia". O presidente disse ontem que espera vencer no primeiro turno as eleições de 16 de junho. Ieltsin tem aparecido na frente de seu principal rival, o neocomunista Guennadi Ziuganov, segundo as pesquisas. Até cerca de um mês atrás, Ziuganov liderava. Poucos analistas acreditam, porém, que qualquer um dos dois possa obter mais de 50% dos votos já no primeiro turno. Próximo Texto: Barco de refugiados busca porto na África Índice |
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