São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996
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Exército envia destacamentos para assentar sem-terra no PA

Missão prevê construção de estradas e pontes

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Exército vai enviar ao Pará, nesta semana, mais 300 homens, em três destacamentos, com o objetivo de prestar serviços em assentamentos de sem-terra.
Segundo a assessoria do Exército, um destacamento já está trabalhando nos projetos Tuerê 1 e Tuerê 2, 350 quilômetros ao sul de Belém, onde é previsto o assentamento de 1.100 famílias.
Os novos destacamentos vão trabalhar nos projetos Cinturão Verde, Tucumã e Rio Gelado para o assentamento de 2.800 famílias.
Com isso, o governo pretende derrubar a alegação, feita pelos sem-terra, de que falta infra-estrutura nos assentamentos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Armados
Segundo a assessoria do Ministério Extraordinário de Política Fundiária, o projeto Cinturão Verde envolve área doada pelo Exército para a reforma agrária.
Os serviços e a doação de 1,8 milhão de hectares do Exército para assentar sem-terra fazem parte do convênio firmado com o Ministério de Política Fundiária.
Segundo o Exército, os militares irão para essas áreas armados, apesar de a missão envolver a execução de serviços de topografia, mapeamento e construção de estradas e de pontes.
Assessores do ministro Zenildo de Lucena (Exército) dizem que o uso de armas é praxe e não se deve à hipótese de haver resistência.
Pelo menos no Projeto Rio Gelado, há uma madeireira contrária à destinação da área ao assentamento de trabalhadores rurais.
A área foi destinada à transferência dos lavradores expropriados pela inundação da hidrelétrica de Tucuruí (PA). Eles foram assentados às margens do lago da hidrelétrica, em área infestada de insetos, e exigiram a transferência.
Em 1994, o Incra acertou a transferência dos colonos para o Projeto Rio Gelado. No entanto, a madeireira entrou na Justiça e prejudicou o assentamento.

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