São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996
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Erro em teste de HIV leva dois pacientes a processar governos

Diagnósticos foram dados em órgãos do Estado e da prefeitura

DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos duas ações por erro em resultado de exame de HIV devem ser julgadas nos próximos meses pela Justiça paulista. Há duas semanas, em decisão inédita no país, um juiz de São Paulo condenou um laboratório a indenizar uma paciente vítima de erro de diagnóstico de Aids.
Uma das ações em andamento vem sendo movida contra o Estado por Luzia Gílio, 35, de Guarulhos, Grande São Paulo. Durante dois anos e meio, ela viveu como portadora do HIV.
Luzia passou a frequentar o grupo Diet-Aids, que reúne voluntários e doentes e, discriminada, fechou seu salão de cabeleireira e tirou os filhos da escola.
O resultado foi dado pelo hospital estadual Padre Bento, em agosto de 91. O próprio hospital encaminhou-a ao grupo de Aids. Só em 1994, intrigada com sua boa saúde, Luzia fez novos testes e descobriu que não tinha nada.
"O advogado do grupo está pedindo ao Estado uma indenização de R$ 1 milhão", diz Ubiratan dos Santos, presidente do Diet.
Em outubro de 94, o eletricista José Raimundo de Moraes, 49, fez um teste em um posto de saúde da prefeitura na zona leste de São Paulo e recebeu resultado positivo. O posto o encaminhou a um centro de saúde da Lapa, onde passou a ser tratado como soropositivo.
A advogada Liliana Prinzivalli, que ganhou a primeira ação contra um laboratório, é quem está movendo a ação contra a prefeitura.
Segundo ela, "durante os meses em que viveu como soropositivo", Moraes dormia no chão, com medo de contaminar a mulher, rompeu com os filhos, abandonou seu negócio e passou a beber.

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