São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996
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Governo deve liberar o preço do gás

MÁRCIO DE MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo estuda a liberação dos preços do gás de cozinha (GLP) e do óleo diesel, em continuidade ao projeto de abertura do setor de combustíveis. Os preços do álcool e da gasolina já foram liberados na maior parte do país.
A Folha apurou que a liberação do preço do botijão representará reajuste de até 15%. O diesel, cujo custo do frete será repassado ao consumidor pelas distribuidoras, terá reajuste um pouco inferior.
O fim do subsídio pago pelo governo ao frete também ocorreu com a liberação da gasolina e do álcool, no último mês de abril.
O reajuste anterior do GLP foi há um ano. O do diesel (entre 11% e 13%) foi em setembro de 95.
Atualmente, os recursos do subsídio são recolhidos em contas administradas pela Petrobrás. Os consumidores de gasolina, por exemplo, pagam um valor (incluído no preço) pelo transporte de outros combustíveis.
O valor final vai variar de acordo com a distância entre a base de distribuição e o posto revendedor. Quanto mais distante o local da revenda, maior o preço.
Os procedimentos para a liberação são semelhantes aos da gasolina e do álcool, em abril, quando esses dois combustíveis passaram a ter liberdade de preço na bomba. Na época, a liberação gerou confusão (leia texto abaixo).
Os estudos para a liberação do gás e do diesel já estão em fase adiantada e são conduzidos pelo secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Bolivar Moura Rocha.
Para concluir os estudos e apresentá-los ao ministro Pedro Malan (Fazenda), Rocha está refazendo algumas projeções sobre o comportamento dos preços.
Malan discutirá o projeto com Antonio Kandir (Planejamento) antes de submetê-lo ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Esses estudos já estavam bastante adiantados há cerca de 60 dias, quando o ex-secretário de Acompanhamento Econômico Luiz Paulo Vellozo Lucas pediu demissão para ser candidato à Prefeitura de Vitória (ES) pelo PSDB.
Mas como houve uma uma reformulação no quadro de pessoal da secretaria, Rocha entendeu que precisava refazer os números.
Indústria
O óleo combustível, mais restrito ao uso industrial, chegou a ser o primeiro produto da fila para entrar no processo de liberação de preços, mas foi preterido.
A equipe econômica avaliou que o impacto da liberação do óleo combustível sobre a indústria seria muito elevado, com graves reflexos sobre a inflação.
BR
Uma briga judicial poderá levar a BR Distribuidora a deixar o Amazonas. A estatal foi condenada a indenizar a transportadora Rodoviária São Lucas por supostamente romper um contrato de exclusividade, mas alega que tem tido seus direitos cerceados no processo. Se a decisão for confirmada, terá de pagar R$ 2 bilhões.

Colaborou a Sucursal do Rio

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