São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 1996
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Persiste queda de público no Paulista

DA REPORTAGEM LOCAL

A melhora do nível técnico das equipes do Campeonato Paulista deste ano não foi suficiente para atrair público aos estádios do Estado.
Em relação a 95, as partidas deste ano tiveram uma queda de 13% na frequência às arquibancadas.
O fenômeno vem se repetindo desde 1994, quando a média de 10.387 pagantes alcançada por partida em 1993 despencou para 7.493 pagantes.
No ano seguinte, passou a 6.712 e, em 96, caiu para 5.853.
Não é possível "culpar" o supertime palmeirense pelo desinteresse da torcida, já que mesmo no primeiro turno, quando nada ainda estava definido na competição, a frequência aos estádios já era similar à do campeonato todo.
Ao término do primeiro turno, a média de público nos estádios era de 5.901 pagantes por partida.
A soberania do Palmeiras afastou, estatisticamente, apenas 103 pessoas, por jogo, returno, cuja média foi de 5.798 pagantes.
A fórmula de disputa, aparentemente, também não tem influído na presença dos espectadores, já que, em cada um dos anos, o torneio teve um sistema distinto.
Nem mesmo o octogonal e a final do ano passado resolveram o problema, como reivindicaram os dirigentes após a disputa por pontos corridos, em 94.
O Palmeiras conseguiu levar 10% mais público aos campos neste ano do que o Corinthians teve no ano passado, quando foi o mais visto.
Com um média de 16.257 pagantes por partida, a equipe dirigida por Wanderley Luxemburgo conseguiu uma vantagem de 53% sobre São Paulo e Corinthians, que tiveram, em média, 10.622 e 10.021 pagantes, respectivamente, em suas partidas.
Ou seja, se puder ver uma boa equipe, o torcedor se dispõe a pagar ingresso para os jogos.
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, aposta que, com promoções extra-jogo e com melhoria das instalações, o público deve crescer (leia texto nesta página).
O torcedor que não foi aos estádios deixou de ver um campeonato com bom nível técnico, apesar de desequilibrado pela supremacia palmeirense, com as equipes acertando mais do que nas temporadas anteriores.
O maior sucesso da competição foi o alto índice de gols marcados. Nos 240 jogos, foram feitos 734 gols, uma média de 3,06 gols em cada um.
O crescimento do número de gols foi decorrente, entre outros fatores, do aprimoramento dos fundamentos.
Segundo dados levantados pelo Datafolha, em 95, as equipes acertavam 76% dos passes trocados nos jogos. Neste ano, aumentaram sua eficiência para 78%.
As equipes também finalizaram mais, passando de 15 a 16 chutes a gol por jogo.

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