São Paulo, quarta-feira, 12 de junho de 1996 |
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PMDB tenta salvar candidatura em SP
CARLOS EDUARDO ALVES
"Vamos lutar até o fim para que pelo menos tenhamos um candidato na cidade", afirmou Paes de Andrade, presidente do PMDB. O ex-deputado João Leiva, representante do grupo quercista, e o deputado José Aristodemo Pinotti, da ala palaciana do partido, reivindicam a candidatura e estão lutando na Justiça Eleitoral pelo direito de concorrer em outubro. O cenário mais provável hoje é que o partido fique sem candidato na eleição paulistana, pela complexidade da disputa jurídica. Até o início da noite de ontem, os nomes mais prováveis para compor a comissão que tentaria o acordo quase impossível eram os seguintes: os senadores Carlos Bezerra (MT) e Cunha Lima (PB) e o deputado Henrique Alves (RN). Intervenção O ex-governador Orestes Quércia, em conversa com Paes de Andrade, conseguiu afastar a possibilidade de intervenção no diretório paulistano do PMDB, como pretendia o grupo de Pinotti. "Não há motivo algum para a intervenção", disse Paes ontem. A ala governista do partido, no entanto, vai tentar convocar uma reunião da Executiva Nacional do PMDB ainda hoje para eventualmente propor a intervenção. A idéia de Paes é que a comissão venha a São Paulo depois da convenção de domingo, marcada pelo quercismo para oficializar a candidatura Leiva. Pinotti não reconhece validade na convenção agendada pelo quercismo. "Já comunicamos ao Tribunal Regional Eleitoral que não vamos participar daquele convescote", declarou o deputado. Hoje, Pinotti pretende entrar no TRE com um pedido de registro da candidatura, baseado na vitória obtida em convenção anulada pelos quercistas. "Mas acho que essa questão vai se arrastar até o Tribunal Superior Eleitoral", afirmou. Leiva rebateu a legalidade do registro que será requerido por Pinotti. "Até 5 de julho, só o partido pode pedir o registro, e o PMDB entende que eu sou o candidato." Antes da convenção, Leiva venceu uma prévia para a escolha do candidato à prefeitura, mas seus adversários afirmam que o resultado foi fraudado. Desde o início da disputa, o grupo governista trabalha com um cenário em que Pinotti serviria como linha auxiliar de José Serra (PSDB) na campanha ou, caso o partido fique sem candidato, a ala palaciana pularia para o palanque tucano. Quércia sabe que Leiva não tem chance na eleição. Pretende transformá-lo em porta-voz de suas críticas ao governo federal. Texto Anterior: Reforma administrativa deve ser adiada Próximo Texto: PSDB e PFL articulam coligações Índice |
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