São Paulo, quarta-feira, 12 de junho de 1996
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Maluf rebate Covas e faz críticas a Serra

DA REPORTAGEM LOCAL

Em resposta ao governador Mário Covas (PSDB), que o acusou de fazer obras apenas para se promover, o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, fez ontem o seguinte comentário: "Gosto muito de trabalhar. Nunca fiquei de braços cruzados, mal-humorado e reclamando da crise".
As críticas de Covas a Maluf, publicadas ontem pela Folha, foram feitas em Istambul, onde o governador se encontra para participar da Habitat 2, a conferência da ONU convocada para debater os problemas das megacidades.
O tom das críticas recíprocas de Covas e Maluf vem aumentando desde que José Serra (PSDB) assumiu sua candidatura. Ele disputa votos com Celso Pitta (PPB), candidato do prefeito.
Covas disse que, preocupado com a promoção pessoal, Maluf não quis investir recursos na ampliação das linhas do metrô de São Paulo. "O problema é que ele não poderia inaugurar a obra", disse. "E se ele não pode inaugurar, então não serve." A administração do metrô é de responsabilidade do governo do Estado.
Maluf respondeu: "Ele está enganado. Gosto mesmo é de trabalhar por São Paulo, resolver os seus problemas, dar empregos e promover o desenvolvimento."
O prefeito aproveita para alfinetar Serra, que tem se apresentado ao eleitorado como criador do seguro-desemprego. "O Serra diz que o seguro atendeu a 4,5 milhões de desempregados. Eu pergunto: é melhor dar seguro-desemprego para essa gente ficar em casa ou dar emprego para elas?"
Irônico, Maluf diz que não tem feito ataques ao PSDB ou ao governo FHC. Classifica seus comentários de "mera reprodução de dados factuais". E sobe o tom: "O governo deu pelo Proer R$ 40 bilhões para banqueiros desonestos. Com esse dinheiro, poderia dispensar o imposto do cheque do Jatene (ministro da Saúde)."

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