São Paulo, quarta-feira, 12 de junho de 1996
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Tragédia lembra Oklahoma

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

O centro de Osasco lembrava, ontem, uma miniatura da Oklahoma City (EUA) de 19 de abril de 1995. Nesse dia -por coincidência exatamente o mesmo em que o Osasco Plaza Shopping foi inaugurado-, a explosão de um carro-bomba demoliu o edifício de nove andares Alfred Murrah, do governo. O número de mortos chegou a 167 -19 crianças.
O impacto foi tamanho que um prédio de apartamentos a 100 m dali ficou inabitável. Janelas estouraram a 3 km do Alfred Murrah.
Em Osasco, embora numa dimensão reduzida, também havia janelas rachadas nas lojas vizinhas ao shopping. O improviso nos resgates, a dor, os heróis, os curiosos, porém, eram os mesmos.
Se, nos EUA, o capitão Chris Fields ganhou notoriedade ao ser fotografado carregando o corpo de Baylee Almon, de 1 ano, aqui o soldado Odair José de Oliveira Jr. ficou com o fardo de ser o primeiro a retirar uma criança morta.
Assim como lá, o início da remoção dos escombros foi feito a mão. Em Osasco também havia cães farejadores e detectores de ruído procurando vítimas, voluntários prestando serviço, o Exército isolando a região, a Eletropaulo providenciando iluminação à noite.
O FBI, é claro, não apareceu. Em Oklahoma, os "federais" recolhiam cada pedrinha, atrás de pistas. Em compensação, o fusquinha dos bombeiros, símbolo de que cada um se vira como pode numa tragédia, estava lá.

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