São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996
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Bruno volta ao hospital em estado grave

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

O bebê Bruno Santos Pereira da Silva, de apenas 51 dias, voltou a ser internado na manhã de ontem, na UTI neonatal do hospital Montreal, em Osasco.
Às 19h30 de ontem, ele tinha convulsões, e seu estado de saúde era considerado grave.
Uma das últimas vítimas a ser resgatada, Bruno foi retirado dos escombros por um bombeiro que ouviu seu choro. A imagem de seu resgate, gravada pelo Corpo de Bombeiros, foi transmitida por todas as emissoras de TVs.
A mãe, Vanda, 27, morreu horas depois do acidente e foi enterrada ontem, no cemitério Bela Vista.
O irmão, Tales, 4, teve fraturas na tíbia e no fêmur e está internado no hospital Montreal. Apesar do edema cerebral, está consciente.
Bruno havia voltado para casa anteontem. Ele recebeu os primeiros-socorros no Hospital das Clínicas, de São Paulo, onde permaneceu por várias horas sem ser identificado pela família.
Só às 22h de terça-feira os parentes chegaram ao local.
O bebê recebeu vários pontos na bochecha e teve escoriações na cabeça, mas os médicos das Clínicas o liberaram na manhã de anteontem.
Desconfiança Sônia Aparecida de Souza, 28, uma prima de Vanda que foi buscar Bruno ho hospital, desconfiou do procedimento adotado pelos médicos. "Achei estranho, mas eles são médicos e tinham de saber o que estavam fazendo."
"No HC, só pediram para lavar bem os pontos com água e sabão e levar o menino a um posto de saúde para tirar os pontos depois de sete dias", disse Sônia.
Ela afirmou que foi feito exame de raios X na cabeça de Bruno, mas, segundo ela, os médicos não receitaram nenhum remédio.
Apesar do choro incessante, o estado de saúde de Bruno parecia estável. "O moleque até dava sorrisos", disse o pai, Reginaldo Pereira da Silva, 22.
O drama da família recomeçou na noite de anteontem. Bruno chorava muito e tentava vomitar, mas não conseguia. Às 5h30 de ontem, foi levado ao hospital Montreal.
Após longa bateria de exames, os médicos do hospital Montreal constataram um quadro extremamente grave: trauma crânio-encefálico, politraumatismos e convulsões.
Segundo o boletim médico divulgado às 18h de ontem, Bruno corria "risco de agravamento do quadro a qualquer momento".

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