São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996 |
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Cientistas dos EUA isolam gene do câncer de pele mais comum
RICARDO BONALUME NETO
A causa é um gene, a unidade de transmissão das características hereditárias presente em todas as células de um ser vivo. Um gene semelhante também está presente nas moscas de fruta, ou drosófilas. O novo gene (Ptc) serve para regular o funcionamento de outro (Hh), cuja função é fazer com que células se comportem normalmente durante seu crescimento, sinalizando ao organismo o que fazer. No câncer, as células se multiplicam alucinadamente. Na ausência do Ptc, o Hh faz as células agirem de modo desordenado. Ptc é sigla para "patched" (literalmente, "remendado", em inglês); Hh é sigla para "hedgehog" (literalmente, "ouriço"). Matthew Scott, da Universidade Stanford (EUA), resolveu procurar um "homólogo" do Ptc, um gene com a mesma função, no homem. Um cientista fazendo pós-doutorado com ele, Ronald Johnson, e uma aluna, Lisa Goodrich, isolaram o gene humano pela primeira vez. Em seguida, os cientistas foram checar o seu papel específico -notadamente, o que ele poderia significar em casos de doenças. "Se esses dois genes agem no homem como nas moscas, talvez se consiga achar um meio de interferir com a sinalização do 'hedgehog' -e como resultado, impedir os tumores de se formar", diz. Segundo o pesquisador, as células normalmente têm duas cópias do gene Ptc. Um tipo de câncer da pele, o carcinoma de célula basal, surge quando as duas cópias do gene são danificadas pela radiação solar. Consertar essa sinalização defeituosa ainda é algo pra o futuro, pois a terapia genética hoje ainda é algo muito precário. Texto Anterior: Varíola devastou ilha Próximo Texto: Equipe passa "vaca louca" para macacos Índice |
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