São Paulo, sábado, 15 de junho de 1996
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Presidente critica os "catastrofistas"

em São Paulo
O presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem os "catastrofistas" e disse que o país passa por um momento "extraordinariamente fecundo", de "profunda transformação".
As "revoluções são processos" que as pessoas, às vezes, nem percebem que estão ocorrendo, disse.
"Eu não gostaria que os brasileiros não percebessem a profunda transformação deste país, uma transformação para melhor, para ir para a frente, para progredir."
O presidente participou ontem da inauguração do Centro de Transmissão por Satélite (TVA-Directv), do Grupo Abril, em Santana do Parnaíba (SP).
Segundo ele, o novo empreendimento é mais uma demonstração de que o país "não se está encolhendo, está aceitando a competição e aceitando desafios".
Para o presidente, a diferença entre o "Brasil de ontem e o Brasil de hoje" é que o país está conseguindo se impor perante o mercado internacional, procurando parcerias "sem complexos, sem temer o que vai acontecer".
"Antes só havia o vice, agora temos também o versa -dá cá, toma lá", afirmou FHC.
Brincando, disse que não gostaria de falar a palavra "globalização" para "não puxar a sardinha para a brasa" dos concorrentes do Grupo Abril -uma alusão às Organizações Globo.
Mas afirmou que a "globalização" desencadeou uma "readaptação do mundo" e que isso trouxe "dificuldades" ao país. "É claro que, na mudança, tivemos problemas, alguns problemas de desemprego, que nós estamos empenhados em resolver."
"Os catastrofistas percam as ilusões", completou. "Os dados já mostram o crescimento do emprego e, neste ano, vamos ter, só de investimentos diretos estrangeiros US$ 6 bilhões."
Para o presidente, o mundo do "próximo século" estará dividido em "quatro pólos fundamentais" -União Européia, Nafta (Estados Unidos, Canadá e México), Japão e Sudeste Asiático e América do Sul.
A vantagem da América do Sul, disse, é ser um "espaço de paz e de democracia". "O povo deste continente não tolerará mais formas não-democráticas de governo."
FHC chegou ao Centro de Transmissão por Satélite às 11h30. Seu helicóptero pousou no CTG-Folha (Centro Tecnológico Gráfico), vizinho do imóvel do Grupo Abril.
Foi recepcionado pelo presidente do Grupo Abril, Roberto Civita, pelo publisher da Empresa Folha da Manhã S/A, que publica a Folha, Octavio Frias de Oliveira, e pelo presidente da Empresa Folha da Manhã, Luís Frias.
Hoje, Fernando Henrique permanece em São Paulo e deve comparecer ao casamento de Maria Luiza Souza, filha do ministro Paulo Renato Souza (Educação).

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