São Paulo, sábado, 15 de junho de 1996
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'Países preferem destruir casas'

MAURICIO STYCER
DO ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL

O secretário-geral da Habitat 2, o gambiano Wally N'Dow, disse ontem que tanto os países desenvolvidos quanto os subdesenvolvidos dispõem de recursos para resolver os problemas habitacionais do mundo, mas "falta vontade política" para agir.
"Dinheiro há, mas ele é usado para gastos militares. Mesmo os países pobres preferem comprar armas e destruir casas e cidades do que construir casas", disse.
Segundo N'Dow, o papel da ONU é limitado. "Nós podemos dar apoio, mas a solução dos problemas depende dos governos. Veja a África: nesse momento em que conversamos, cidades estão sendo destruídas em vários países africanos", disse.
N'Dow classifica a Habitat 2 como um "sucesso", especialmente pelo fato de a conferência ter contado com a participação de prefeitos, empresários e ONGs. "Isso foi histórico", disse.
O secretário-geral da Habitat 2 se disse feliz com a participação brasileira na conferência. "O Brasil tem hoje os maiores desafios e as mais interessantes soluções urbanas", disse, citando como bom exemplo a cidade de Curitiba (PR).
N'Dow considera fundamental para o sucesso da conferência que os comitês nacionais, criados em quase todos os países antes da Habitat 2, continuem a funcionar.
O secretário-geral da Habitat 2 espera ainda este ano anunciar a criação do Dia da Cidade, uma data que, nos seus planos, deve ser comemorada mundialmente.
(MSy)

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