São Paulo, domingo, 16 de junho de 1996
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Desemprego atinge mais os homens

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A retração no emprego afeta os sexos de maneira diferenciada -os homens perdem mais postos de trabalho do que as mulheres.
"O setor que mais corta vagas é a indústria, que na sua maioria emprega mão-de-obra masculina", diz Paula Montagner, economista da Fundação Seade.
Os setores de serviços e comércio, que empregam mais mulheres, demitem menos, afirma.
Dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego na Grande São Paulo mostram queda da participação masculina no total de ocupados.
Na média em 89, 56% dos 11,541 milhões de pessoas que compunham a PIA (População em Idade Ativa, com mais de 10 anos) estavam ocupados -34% eram homens e 22%, mulheres.
No ano passado, as mulheres continuavam com os 22% de participação enquanto os homens tiveram redução para 31%. A PIA cresceu para 13,453 milhões de pessoas mas a porcentagem de ocupados caiu para 53%.
Também os números do Ministério do Trabalho, que consideram apenas o setor formal da economia mas são apurados em todo o país, apontam na mesma direção.
"As mulheres que perdem emprego conseguem com mais facilidade se encaixar no mercado de trabalho, mesmo informal. As principais fontes de emprego hoje -saúde, educação, comércio e serviços domésticos- absorvem com facilidade a mão-de-obra feminina", diz Paula Montagner.
Para ela, os homens que trabalham como empregados domésticos, limpando e cuidando da casa, ainda são exceção.
"Mas sem dúvida eles são movidos pela impossibilidade de encontrar outras colocações."

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