São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996 |
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Polícia responsabiliza MST por 3 mortes
IRINEU MACHADO
Três agentes da Polícia Federal estão fazendo uma investigação paralela ao Inquérito Policial Civil, que apura a morte de quatro pessoas no conflito. A investigação resultará em relatório que a Superintendência da Polícia Federal do Maranhão prepara a pedido do Ministério da Justiça. Os acusados A Agência Folha apurou que os coordenadores regionais do MST Wesley Moreira da Silva e Rubem Cavalcanti de Carvalho foram identificados pelos agentes da PF como sendo os líderes dos agricultores no dia do conflito. Eles teriam "incitado" os sem-terra a atacar os funcionários da fazenda. Ambos não foram localizados ontem na fazenda, que continua ocupada por cerca de 300 pessoas. Na última sexta-feira, na sede da Cikel, Carvalho disse à Agência Folha que os três funcionários teriam sido mortos depois de terem atirado contra os sem-terra no local e atingido José Domingos Bezerra, 30, o "Duquinha". "Depois que eles mataram o nosso companheiro, nós partimos para cima deles", disse Carvalho. A PF e a Polícia Civil investigam a hipótese de que Bezerra não era sem-terra, mas sim um madeireiro que já explorava a região. Representantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) estiveram na fazenda para tentar cadastrar os sem-terra, mas voltaram do local sem fazê-lo. "Nós só faremos o cadastramento depois que a área for desapropriada", disse Gilvânia Ferreira, do MST. PT O presidente do PT, José Dirceu, afirmou ontem que o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Milton Seligman, "disse inverdades" sobre o conflito ocorrido no Maranhão na semana passada. Seligman disse que a nova invasão promovida pelos sem-terra na fazenda Cikel "foi detonada" por um comício eleitoral que teria sido realizado pelo PT. Para Dirceu, "o próprio Milton sabe muito bem que não houve nenhum comício do PT, mas sim uma reunião do movimento sem-terra". O petista disse que seu partido faz questão de diferenciar comícios eleitorais dos movimentos sociais que incentiva. O presidente do PT conversou por telefone com Seligman anteontem e disse que ele "desconversou". Segundo Dirceu, o secretário-executivo garantiu que a imprensa não publicou exatamente o que ele havia dito. Texto Anterior: Economista faz defesa de crédito facilitado a pobres Próximo Texto: Alterar Regimento é prioridade de FHC Índice |
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