São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996
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Baixo comparecimento prejudica presidente

JAIME SPITZCOVSKY
DO ENVIADO ESPECIAL

Um comparecimento às urnas abaixo do esperado provocou preocupação ontem no comando da campanha ieltsinista.
A tendência, que diminuiria as chances de Ieltsin, levou o governo a fazer um apelo para que os eleitores fossem votar.
A derrota da seleção russa de futebol também preocupou assessores de Ieltsin, pois poderia influenciar negativamente o ânimo dos eleitores, contribuindo para a estimativa de participação ficar em torno de 70% do eleitorado, contra a previsão inicial de 75%.
A Rússia perdeu por 3 a 0 para a Alemanha, em jogo no Reino Unido pela Eurocopa-96. "Fatos como essa derrota influenciam o comportamento das pessoas", afirmou Dimitri Orechkin, analista da Comissão Central Eleitoral.
O primeiro-ministro Viktor Tchernomirdin disse que os russos não "podem trocar o seu futuro por uma hora a mais diante da TV ou em sua casa de campo".
Como é primavera na Rússia, existe a tendência de parcela significativa da população urbana passar o fim-de-semana na zona rural.
Ziuganov
Um baixo comparecimento favorece Ziuganov, pois o eleitorado neocomunista é mais disciplinado e politicamente mais ativo do que eleitores potenciais de Ieltsin.
Os russos que têm dachas (casa de campo) tenderiam a votar no presidente, assim como os jovens.
O comando da campanha de Ieltsin estuda propor a realização de um eventual segundo turno no dia 3 de julho, quarta-feira, em vez de 7 de julho, domingo. Eleição em dia útil evitaria o "efeito dacha".
No extremo leste a participação atingiu 57%, contra previsão de 70%. Na Sibéria, ficou em 54%.
"O comparecimento atingiu nível abaixo do esperado e corresponde principalmente a um problema para o presidente", declarou Viatcheslav Nikonov, integrante do comando da campanha de Ieltsin.
Em Moscou, às 20h (13h de Brasília), a taxa de participação era de 53%. As urnas foram fechadas às 22h. Na eleição parlamentar de dezembro de 1995, o comparecimento às urnas foi de 64,4%.
A lei russa exige a participação de mais de 50% do eleitorado para que a eleição seja válida.
(JS)

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