São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 1996
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Agrobusiness da laranja

EVARISTO MARZABAL NEVES

Na fruticultura mundial, os citros ocupam o primeiro lugar, com produção de 85,2 milhões de t (94), que representam 22% da produção total (354,3 milhões de t).
A laranja corresponde a 69% da produção de citros (58,7 milhões de t) e, embora seja produzida em mais de 60 países, tem distribuição pouco uniforme.
Em 94, apenas dois países (Brasil com 32%, e os EUA com 17%) detiveram ao redor de 50% da produção, ficando a outra metade dividida por mais de 50 países.
O Brasil detém um terço da produção mundial de laranja, que se distribui também de forma desigual entre os Estados.
São Paulo, com 80% da produção nacional, colheu 340,2 milhões de caixas de laranja na safra 95/96.
O perfil do setor citrícola no Estado é definido pela existência de quase 20 mil propriedades agrícolas, espalhadas por 204 municípios, e 12 indústrias, além de outros agentes nos setores de distribuição, transporte e apoio logístico na estrutura portuária.
O mundo citrícola gera cerca de 400 mil empregos (diretos e indiretos) no Estado. Na safra 95/96, os citros ocuparam cerca de 850 mil ha no Estado.
Segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), a laranja, com 753 mil ha, só ficou atrás das pastagens e da cana.
Pesquisa do IEA também mostra que na safra 94/95 os citros representaram R$ 579,7 milhões, 12,1% do valor bruto da produção vegetal paulista, sendo que a participação da laranja foi de 7,6% (R$ 364,2 milhões).
As exportações de sucos, subprodutos e frutas de mesa renderam cerca de US$ 1,3 bilhão em 95.
A agroindústria paulista é responsável por cerca de 45% da produção mundial de suco concentrado de laranja. Como alguns países exportadores importam e reexportam o suco brasileiro, acredita-se que cerca de 85% do suco negociado no mundo é brasileiro.
Diante dessas estatísticas é fácil entender a importância da Semana da Citricultura, principalmente num momento em que a tendência é de um excedente de oferta de citros até o final da década.
A relevância desses debates aumenta ainda mais quando se sabe que a concorrência dos EUA e as facilidades encontradas pelo México no Nafta apontam para um acirramento na competitividade internacional.

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