São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Banco Central realiza leilões de câmbio

RODNEY VERGILI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Banco Central (BC) comprou dólar no comercial a R$ 1,001 e vendeu no flutuante a R$ 1,006, dentro da minibanda.
Joubert Furtado, chefe do Departamento de Operações das Reservas Internacionais do BC, disse ontem que as saídas de recursos de especuladores pelo mercado flutuante está sendo mais do que compensada pela entrada de dinheiro mais longo (investimento direto em fábricas, por exemplo) no comercial.
Para ele, o Brasil deve receber em 1996 investimentos diretos de US$ 8 bilhões, quase o triplo de 1995. As saídas de dinheiro especulativo no mercado flutuante devem atingir US$ 4 bilhões este ano.
O Brasil está se tornando cada vez mais atraente para os investimentos estrangeiros, principalmente nos setores farmacêutico, alimentício, bens de consumo durável, mineração e telecomunicações, segundo o ex-ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira.
Para Furtado, o resultado da balança comercial em 96 deve ficar entre superávit de US$ 2 bilhões ou déficit do mesmo valor.
Furtado disse que o teto de R$ 1,06 para o dólar será "eterna enquanto durar". Cálculos de mercado indicam que mantido o ritmo atual, o teto de R$ 1,06 será alcançado só em março de 1997.
Carlos Eduardo Andrade, diretor de administração do BC, disse que deve autorizar, em breve, a troca de moedas entre bancos com registro contábil no BC para melhorar o fluxo do dinheiro. Há boa oferta de moeda em São Paulo e Rio, mas escassez nas regiões Norte e Nordeste. Os bancos trocarão moeda entre si, evitando que o BC assuma o transporte.
O BC proibiu ontem que operações de "swap" tenham como base de rentabilidade cotas de fundos de investimento. Essas operações consistem na mudança de índices de uma operação financeira para evitar perdas futuras.
Negócio O Banco Pontual divulgou ontem à noite uma nota afirmando que existe um protocolo de intenções para a aquisição do Banco Martinelli.
Antes, o Pontual já havia divulgado convocação de entrevista coletiva para hoje, para anunciar o fechamento do negócio. A coletiva foi cancelada e as negociações prosseguem.

Texto Anterior: Governo suspeita de cartel em farmácias
Próximo Texto: MESBLA; SEGUROS; GREVE
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.