São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 1996
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Brasil leva "Paixão Nacional"

ERIKA PALOMINO
DA REDAÇÃO

O brasileiro Karim Ainouz, 29, aparece na programação do San Francisco Festival com a primeira parte de uma trilogia chamada "Paixão Nacional".
Radicado em Nova York, onde estudou cinema, Ainouz foi diretor do Mix - NY Lesbian & Gay Experimental Film/Video Festival. No ano passado, foi o primeiro brasileiro a participar da Bienal do Whitney Museum.
Rodado em 94 em Super 8, finalizado em 95 para 16 mm, o filme em exibição em San Francisco se chama "Choque Metabólico Irreversível". Baseia-se no diário de um argentino que viveu no Recife nos anos 60, expulso do país em 63.
"Ele recebia muitos rapazes em seu apartamento. Então logo acharam que ele era comunista", conta Ainouz em entrevista por telefone, de Fortaleza, onde começa na sexta a rodar a segunda parte.
Somente em 69 esses diários foram publicados e a verdade apareceu. O segundo capítulo trata da história de um homem que vai atrás dele. "É a história daquele cara que morreu congelado no avião. Ficcionalizei um personagem que existia nos diários com esse dado", explica Ainouz.
O nome do filme é a definição clínica da morte do outro personagem. Já este segundo filme se chama "Hic Habitat Felicitas" (a felicidade mora aqui).
"Quero complicar o discurso sobre a identidade sexual, que nos EUA é tratado de modo mais raso. Quero mostrar o outro lado da moeda", explica.
(EP)

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