São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996 |
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Falta de prontuário dificulta o atendimento dos transferidos Ex-pacientes da Santa Genoveva estão fazendo novos exames CLÁUDIA MATTOS
A clínica Santa Rita, no Rio Comprido (zona norte), que desde sábado recebeu 30 pacientes da Santa Genoveva, está tendo que fazer exames clínicos e laboratoriais para descobrir as doenças dos pacientes. A ausência de prontuários dificulta até apontar com exatidão a causa de uma morte. Sebastião Jorge Machado, 46, que era interno da Santa Genoveva, morreu ontem na Santa Rita, mas os médicos só puderam constar que houve caquexia (falência múltipla dos órgãos). O primeiro passo do tratamento dos pacientes vindos da Santa Genoveva é um bom banho. "Eles estão chegando aqui com piolhos e com crostas de sujeira no corpo", afirmou Maria Del Carmem Claverie, 42, supervisora da Santa Rita. Estoécio Batista Medeiros, 56, e Antônio Fernando da Silva, 50, foram transferidos sábado para a Santa Rita e não escondem sua satisfação com o novo hospital. "Aqui a vida da gente é um mar de rosas", disse Medeiros. Ele teve suas pernas amputadas quando estava na Santa Genoveva, onde se internou após levar um tiro e ficar praticamente paralisado. "Fui para lá fazer fisioterapia e já estava melhorando. Conseguia até ficar de pé. Mas me cortei numa cadeira de tomar banho. O corte gangrenou e tiveram que cortar as pernas", disse. Ontem foram transferidos os últimos pacientes da Santa Genoveva. Segundo o Ministério da Saúde, eles foram levados para cerca de dez hospitais públicos e conveniados. O número exato só será divulgado hoje. A Asaprev-RJ (Associação dos Aposentados da Previdência) entrou com uma ação popular na Justiça Federal contra os donos da Santa Genoveva pedindo que sejam devolvidos todos os recursos repassados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), nos últimos 5 anos. Texto Anterior: Garçom mata estudante e queima corpo no Paraná Próximo Texto: Cidade com frota pequena terá dispensa Índice |
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