São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Maluf promete 9 prédios em Heliópolis ROGÉRIO GENTILE ROGÉRIO GENTILE; MALU GASPAR
Nove prédios do projeto Cingapura serão construídos na quadra H da favela de Heliópolis (zona sul), onde há três dias quatro pessoas morreram num incêndio. Durante a construção dos três primeiros, cerca de 140 famílias (1/3 dos moradores) serão transferidas para tendas armadas em três terrenos da Cohab, no Ipiranga (zona sul). Segundo a Cohab, os terrenos ficam a menos de 500 m da favela. Não foi divulgado o local exato por receio de invasões. Os moradores ficarão nas barracas até que abrigos provisórios sejam construídos nos mesmos locais. Isso se, daqui a no máximo 90 dias, o TCM (Tribunal de Contas do Município) decidir que a construção dos abrigos é emergencial e dispensar licitação. Segundo a Cohab, a construção dos prédios dispensa licitação. Reunião O projeto foi anunciado ontem, após reunião entre o secretário da Habitação em exercício, Adilson Lajarin, o presidente da Cohab, Marcos Helou, e representantes dos moradores. A proposta depende de uma assembléia de moradores, que será realizada hoje às 10h. A construção dos nove prédios custará cerca de R$ 7 milhões. A transferência dos moradores deve ocorrer em 15 dias, após acordo judicial entre a prefeitura e a Unas (união de associações de moradores). Quem não quiser ir para as tendas pode ficar em abrigo em Santa Etelvina (zona leste). Dois dos prédios semiconstruídos da Cohab que estão invadidos serão aproveitados. O terceiro, que pegou fogo, passará por uma avaliação técnica. O presidente da Unas, João Miranda, disse que a população concordará em ficar, temporariamente, nas tendas, sabendo que terá uma moradia definitiva. "Ao invés de priorizar os moradores das áreas de risco, eles davam os 'cingapuras' para quem precisava mudar por causa de obras." Vários desabrigados dizem não aceitar a proposta da prefeitura. Maria Bernadete de Oliveira, 39, diz que quer ir para apartamentos do Cingapura na divisa com São Caetano (ABCD). "Querem que a gente espere em barracas. Não quero ir." Dejanilton de Jesus Maceno, 24, quer convencer colegas a invadir o Cingapura de São Caetano."Mas, se a maioria for para as barracas, eu vou também." Texto Anterior: Bebê deixa hospital pela 2ª vez Próximo Texto: 300 vão ao enterro dos mortos no incêndio Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |