São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996 |
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Luta pelo conhecimento cria mundo fantástico
INÁCIO ARAUJO
São esses caçadores de tempestades a base do surpreendente "Twister". Para começo de conversa, criou-se uma situação clássica: Bill (Paxton) e Ho Harding (Hunt) formam um casal de cientistas aventureiros. Bill está em busca de outro tipo de vida, e seu amor do momento é a psicoterapeuta Melissa (Gertz). Mas será que Bill é capaz de evitar uma boa tempestade? Ao mesmo tempo, a equipe de cientistas liderada por Jo e Bill enfrenta a concorrência de outro grupo: cientistas mais bem equipados, mais bem pagos, mais espertos. Aqui, o filme explorar a famosa rivalidade entre equipes científicas (movida com frequência a golpes baixos). Essa base nos leva ao terreno da fantasia. É aí que "Twister" ganha vida própria. Assim, não é um acaso se a engenhoca dos caçadores de tormentas chama-se "Dorothy". Era o nome de Judy Garland em "O Mágico de Oz". E Dorothy, como se sabe, viajava para o mundo de Oz levada por um tornado. "Twister" nos introduz nessa mitologia, pronto a recuperar o sentimento do cinema como uma delirante fantasia, em que o espectador é chamado a viajar nas mais implausíveis imagens. E bota mirabolante nisso. Num momento, vemos vacas voando diante de nossos narizes. Pouco depois, é uma jamanta que viaja pelos ares, antes de explodir junto ao carro dos nossos heróis. O espectador embarca de tal modo que "Twister" cumpre perfeitamente seu objetivo: é um cinema de espetáculo, à americana, mágico. Faz lembrar a sensação mística que tomava a platéia ao ver o mar se abrir, em "Os Dez Mandamentos", digamos. Aqui não há misticismo, e sim um delírio imagético que alimenta a aventura e lhe atribui contornos quase surrealistas, no sentido em que a fúria da natureza e a luta humana para entendê-la nos fazem pensar num romântico combate para mudar a vida, para estar à altura da natureza. (IA) Texto Anterior: Trilha tem heavy 'anos 80' e baladas country Próximo Texto: Dupla mostra o lado comovente do clown Índice |
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