São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 1996 |
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Leilão do Ceagesp volta a ser suspenso
ANA MARIA MANDIM
O único consórcio interessado na compra comunicou que não tem condições de fechar o negócio agora e pediu o adiamento do leilão para o dia 3 de julho. Esse foi o segundo adiamento (o primeiro, em 15 de maio) de venda da empresa por falta de comprador. O leilão estava marcado para ontem, às 16h, na Bolsa de Valores de São Paulo. Com isso, frustrou-se a intenção do governo de anunciar avanço significativo em seu programa de privatizações. A Ceagesp tem passivo de R$ 190 milhões e dá ao Estado prejuízo de R$ 6 milhões por mês. Dívida A origem da dívida está em uma operação de debêntures realizada pela Ceagesp há mais de dez anos para a construção de armazéns. A dívida acabou sendo encampada pelo Banespa. O secretário do Planejamento, André Montoro Filho, disse ontem que marcou o segundo leilão porque recebeu carta do consórcio (integrado por concessionários e funcionários da Ceagesp), garantindo presença. Às 21h23 de anteontem, o Banco Pactual (líder do grupo de bancos que financiaria o consórcio) enviou fax a Montoro. No fax, informou que os concessionários não tinham conseguido reunir adesões suficientes para dar as garantias que viabilizariam a concessão do financiamento. À 1h30 da madrugada de ontem, outro fax chegou à Secretaria do Planejamento. Estava assinado por Claudio Ambrósio e Enilson Simões, presidentes dos sindicatos de concessionários e funcionários, respectivamente. Eles pedem o adiamento do leilão, alegando dificuldades burocráticas para formalizar a adesão de cerca de 1.400 concessionários (70% do total). Montoro não quis dizer ontem se atenderá ou não ao pedido de adiamento do leilão para 3 de julho. Afirmou que, nos próximos 15 dias, vai estudar a possibilidade de mudar as condições de venda da Ceagesp e aguardar o possível surgimento de outro interessado. O vice-governador, Geraldo Alckmin, que estava com Montoro, disse que será mais fácil vender a Ceagesp em partes -entrepostos e armazéns, isoladamente. Segundo Alckmin, há "ene" interessados na compra do Ceasa de São Paulo, cujo preço poderia alcançar R$ 120 milhões. Atualmente, o governo está pedindo R$ 60 milhões à vista pela empresa. Texto Anterior: Adib Jatene não consegue apoio do PFL; Ministro Renato Archer morre aos 73 em SP; Corpo de Polila é encontrado no Rio Próximo Texto: Programa colocará mais seis estatais à venda até o fim de 96 Índice |
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