São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 1996 |
Próximo Texto |
Índice
EUA se recusam a apoiar líder da ONU Boutros Boutros-Ghali dificilmente será reeleito DAVID USBORNE
Quase simultaneamente, Boutros-Ghali deixou claro que pretende concorrer como candidato. O ex-chanceler do Egito, que terá 74 anos em novembro, é bem visto pela maioria dos países subdesenvolvidos e tem o apoio de pelo menos China, Rússia e França no Conselho de Segurança da ONU. Ontem, o outro membro permanente do conselho, o Reino Unido, recusou-se a tomar uma posição pública sobre a questão. O porta-voz da Casa Branca, Mike McCurry, indicou que Clinton tinha decidido vetar a reeleição de Boutros-Ghali havia semanas. Em toda a história da ONU, nenhum secretário-geral teve um segundo mandato rejeitado. 'Desafios' "O presidente agora acredita que é muito importante conseguir uma nova liderança para uma organização internacional vital que tem muitos desafios", disse McCurry. "É importante ter uma liderança que seja capaz de reformar a burocracia da ONU e diminuir os seus custos." Como os EUA podem exercer veto no conselho, as perspectivas de Boutros-Ghali são obscuras, e uma mudança de opinião da Casa Branca parece improvável. Boutros-Ghali está atualmente em uma visita oficial à Alemanha. "Ainda espero que os EUA mudem de posição. Ainda temos seis meses até a eleição", disse. Em uma declaração sem comprometimento, a chancelaria britânica disse que o secretário-geral era um "estadista que serviu com honra uma das tarefas mais difíceis em um período muito problemático da história da ONU". O país não era defensor de Boutros-Ghali em 1990 e não deve se opor aos EUA para apoiá-lo agora. O porta-voz do secretário-geral, Ahmed Fauzi, disse que Boutros-Ghali foi prejudicado por uma campanha "injusta" da mídia americana. Ele afirmou que a maioria dos membros da ONU apóia o secretário-geral. Candidatos Duas pessoas citadas como possíveis substitutas de Boutros-Ghali indicaram ontem que não devem concorrer: a presidente da Irlanda, Mary Robinson, e a chefe do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, a japonesa Sadako Ogata. São também citados a primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, e o chefe das missões de paz, o ganense Kofi Annan. Próximo Texto: Secretária da Justiça quer apurar irregularidade da Casa Branca Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |