São Paulo, domingo, 23 de junho de 1996
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Hering põe de lado seu principal negócio

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mais importante negócio da Hering, a maior fabricante de camisetas do Brasil, não é mais a fabricação de camisetas.
O principal negócio da Hering passou a ser a construção de marcas e a aliança com canais de distribuição de forma a que possa vender melhor maiores volumes de camisetas -e outros produtos.
O que significa que a Hering não precisa necessariamente fabricar todas os produtos que vende, porque o que vale para o consumidor é a marca desses produtos e as lojas onde estão à venda.
Apenas ter condições de produzir não é mais um diferencial nesses tempos de economia globalizada e de estabilidade da moeda. Essas novas condições do mercado fizeram com que sua direção "repensasse" a companhia.
Franquias
A reestruturação da empresa levou ao cargo de diretor-superintendente Fabio Hering, da novíssima geração da família de origem alemã que fundou a companhia em 1880, na cidade de Blumenau, em Santa Catarina.
Paulistano, administrador de empresas, são-paulino como os três filhos, entusiasta de corridas a pé, Fabio Hering, 37, assumiu a empresa em fevereiro como parte desse processo de modificações.
Agora, uma das fichas em que o grupo mais aposta é o sistema de franquias, iniciado há apenas dois anos, mas que já carreia para seus cofres 5% do total do faturamento.
São 27 lojas que vendem exclusivamente produtos da marca Hering; até dezembro, esse número deverá crescer para 42. E a meta é que, no ano 2000, 18% do faturamento da Hering Têxtil seja conseguido por meio das franquias.
Outra prioridade estratégica do grupo, segundo Hering, é investir em tecnologia que resulte em melhor atendimento a seus clientes.
Tendência
Ele conta, como exemplo dessa tendência, que a empresa acabou de investir US$ 1,5 milhão na compra e instalação de um programa canadense de informática que vai permitir melhorar o controle dos pedidos dos clientes.
Com isso, será possível, a partir de outubro, passar a fazer entregas semanais para o comércio. Tradicionalmente, as entregas de encomendas no setor de confecções são feitas a cada mês.
O resultado dessa mudança pode ser dramático. Uma pesquisa em poder da Hering mostra que atualmente 60% dos consumidores que entram numa loja de confecções não encontram a roupa na cor ou no tamanho que gostariam.
Um melhor controle de estoques tenderia a reduzir esse problema, acredita Hering. Por isso, a empresa vai gastar em 96 US$ 8 milhões em tecnologia e treinamento.

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