São Paulo, domingo, 23 de junho de 1996 |
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Entenda como uma bomba funciona
RICARDO BONALUME NETO
A explicação para isso está na equação criada por Albert Einstein, E=mc2 -ou seja, a energia equivale à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade da luz. Armas nucleares deixam um subproduto letal por muitos anos: material radioativo (radioatividade é a propriedade de certos elementos de emitirem partículas ou radiação eletromagnética como fruto da instabilidade dos seus núcleos). A matéria-prima da bomba atômica é o chamado material "físsil" (que se pode fender), como os isótopos (variantes com pesos atômicos diferentes) urânio-235 e plutônio-239. As bombas de hidrogênio ou de "fusão" são bem mais complexas e poderosas. Geralmente a "espoleta" da bomba-H é uma bomba atômica, de material físsil, o que dá uma idéia do seu poder bem maior. É possível combinar fusão e fissão nas armas, criando artefatos mais poderosos e mais ou menos "sujos" -liberando mais ou menos material contaminado com radioatividade. Apenas cerca de 15% da explosão de uma bomba vem na forma de radiação (de modo geral, como partículas atômicas energizadas que podem afetar organismos vivos). Depois da explosão também surgem partículas radioativas, na forma de uma poeira contaminada com elementos como o césio-137 (o mesmo do acidente em Goiânia), que em certos casos mantêm o perigo por muito tempo. Esses três efeitos básicos das armas nucleares -choque, calor e radiação- fizeram estragos variados nos navios em Bikini. O choque das bombas foi sentido mais pelos navios mais próximos, a menos de um quilômetro do local da explosão (a bomba de "Able", aliás, lançada por avião, errou o alvo por cerca de 2 km). A barcaça de onde o artefato "Baker" foi mergulhado na laguna foi praticamente vaporizada. (RBN) Texto Anterior: Bomba "explodiu" frota gigante e ratos Próximo Texto: Cinema produziu "lixo atômico" Índice |
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