São Paulo, domingo, 23 de junho de 1996
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O parque Beto Carrero World

No estilo dos parques Magic Kingdom e MGM Studios, da Disney, Beto Carrero World oferece brincadeiras de ação, que provocam zonzeira nos visitantes e muita gritaria, shows que misturam teatro e circo, zoológico e um passeio de trem em cenário ecológico.
O parque fica na Penha, a cem quilômetros de Florianópolis e a 180 km de Curitiba, parte dele em um vale cercado por montanhas.
São 14 milhões de metros quadrados com 10% de área construída até agora.
"Compramos as encostas para evitar favelas", explica o diretor de marketing, Aristides Niehues.
"Vamos chegar a 5 milhões de metros quadrados de área construída", acrescenta.
A brincadeira não foi barata. O Beto Carrero World tem pouco mais de quatro anos de funcionamento e, segundo Niehues, já consumiu até agora R$ 110 milhões. A previsão até o fim do ano que vem, quando ficará pronto, é investir mais R$ 40 milhões.
Sem contar o autódromo, o parque aquático e o projeto de um novo parque, Brasil Mágico. Só este parque deverá consumir mais R$ 150 milhões também até o fim de 97, de acordo com a previsão de Beto Carrero.
Para efeitos comparativos, a fábrica da Volkswagem em Resende, no Rio de Janeiro, considerada grande, está demandando um investimento de R$ 250 milhões.
Mas a fórmula do Beto Carrero World é simples. Três atrações de porte, "âncoras", nas palavras de Aristides, misturadas a shows de circo que mostram as habilidades de artistas brasileiros e sul-americanos, e apresentações de teatro curtíssimas assim como teatro visto na Disney, que funciona mais como um desfile de personagens.
Os brinquedos mais caros foram Montanha-Russa -US$ 4,8 milhões, comprada da fábrica holandesa Vekoma-, inaugurada em dezembro de 94, o Teleférico -US$ 2,8 milhões, da suíça Rowema-, que começou a funcionar em abril de 95, e o simulador Maximotion -US$ 2,8 milhões, da fábrica de Ub Iwerk, amigo de Walt Disney, distribuído por Omni Films- funcionando desde janeiro de 95.
Ainda sem estar em pleno funcionamento, em alta temporada, o parque recebe, em média, 7.000 visitantes por dia e atinge o número de 16 mil em alguns fins-de-semana. Em 95, recebeu 1.349.070 visitantes.
Fora de temporada, o parque funciona de quinta a domingo, e o ingresso custa R$ 25. Dá direito a todas as atrações, exceto as que oferecem refeições durante a apresentação de shows, como West Selvagem e Excalibur.
A bilheteria sustenta o parque, que teve em 95 um faturamento de empresa considerada de médio porte, em torno de R$ 36 milhões, divididos entre bilheteria, merchandising e venda de suvenires.
Vertigens
Os brinquedos de ação são os que mais atraem crianças e adolescentes, exatamente como acontece nos parques da Disney, Orlando, e nos estúdios da Universal.
A Montanha-Russa tem dois loopings que deixam o visitante de cabeça para baixo. Alguns pais impedem os filhos de chegarem perto.
O Maximotion é um simulador com cenários futuristas. A atração é a viagem desgovernada de uma nave prestes a bater em pontas íngremes de montanha ou cair em abismos.
Tontura é a maior sensação. Para senti-la, você é preso numa cadeira com cinto de segurança, e ela faz movimentos sincronizados com os da tela.
O Barco Pirat, por exemplo, similar ao do Playcenter, em São Paulo, faz um movimento de gangorra, e o visitante fica em posição vertical. Como algumas pessoas saem enjoadas, o melhor é brincar em horários distantes das refeições.
Excalibur
O show preferido de crianças e jovens é Excalibur, réplica do “Medieval Times” de Orlando, em que cavaleiros da Idade Média participam de um torneio de argolas.
O cavaleiro vencedor recebe como prêmio a mão da princesa Carla, filha do rei Leandro 3º. Além do torneio, há shows de feiticeiros.
Para Niehues, qualquer parque pode usar o tema da Idade Média -de domínio público- ou comprar as atrações. "Não temos nenhum problema com semelhanças, o Beto visita parques e vai fazendo uma mistura, é o tema do parque que o diferencia".

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