São Paulo, segunda-feira, 24 de junho de 1996
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Portugal conserva a pureza européia

PASQUALE CIPRO NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O poeta Vinicius de Moraes dizia, a respeito do sambista Ciro Monteiro, que "gostar de Ciro é prova de caráter". Digo exatamente o mesmo em relação a Portugal. O país é um imenso jardim. Cidades grandes, como Lisboa e Porto, ou médias e pequenas, como Coimbra, Sintra, Cascais, Barcelos, Leiria, Viana do Castelo, Braga, Guimarães, Mafra e a deslumbrante Óbidos, surpreendem pela calma, beleza e encantamento.
Há muito o que ver e descobrir. Como diz um amigo, Portugal é interminável. E interminavelmente delicado. Chico Buarque de Holanda diz que o Brasil é o "país da delicadeza perdida". Talvez ela tenha ficado por lá. E não é difícil redescobri-la. Cruzar o oceano outrora tão português para encontrar esse país único é quase uma obrigação para nós, brasileiros.
Talvez fosse bom que os brasileiros deixassem de se humilhar em filas intermináveis no consulado americano para obter visto para ir a Miami comprar bugigangas e resolvessem descobrir que há mais do que tênis Nike na face da Terra.
Vá a Portugal. Tome um banho de cultura, de história, de civilização. Descubra que progresso material (sem preços aviltantes) e delicadeza podem andar juntos. O risco é você ser contaminado por um vírus terrível: querer voltar lá sempre.

LEIA MAIS sobre Portugal nas págs. 6-2 a 6-8

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