São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 1996 |
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'Ela matou', diz delegado
ARI CIPOLA
"Minha convicção está baseada no que a perícia e a autópsia já apuraram", afirmou Torres, que também é chefe do Departamento Central de Polícia Civil, segundo cargo na hierarquia da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas. Torres afirmou que exames comprovaram que as balas que mataram PC e Suzana saíram do revólver calibre 38, marca Rossi, encontrado junto aos corpos. O Instituto de Criminalística de Alagoas, oficialmente encarregado dos exames, informou que ainda é cedo para apontar resultados. O primeiro indício usado por Torres para encorpar a tese de que Suzana matou e se suicidou é o de que a autópsia atestou pólvora na mão direita de Suzana. O segundo argumento é de que os tiros não foram disparados por um profissional, em sua opinião, o que, para ele, elimina a tese de um assassinato por razões políticas. "Se fosse um profissional, fazendo um trabalho de queima de arquivo, teria dado um tiro certeiro no coração ou na cabeça de PC." O outro argumento usado pelo delegado refere-se às três horas de discussões entre PC e a namorada ouvidas pelos seguranças entre 1h da madrugada de domingo e 4h10. O delegado afirmou que as discussões devem ter sido em decorrência do fato de que PC planejava terminar seu namoro com Suzana, que pensava em casamento. Família A família de PC informou ao delegado que não aprovava o namoro. A família achava que Suzana era uma "alpinista social", que se relacionava com homens ricos para ter vida confortável. "Ela foi burra, pois devia ter pedido uma grana preta para o PC e caído fora. Mas preferiu a tragédia", afirmou o secretário de Segurança José Amaral. Os seguranças afirmaram ao delegado que não ouviram o teor das discussões de PC com a namorada. Eles estavam na varanda, a cerca de cinco metros do quarto de PC. Dois deles, Josemar Faustino e José Geraldo da Silva, posicionaram-se nas laterais do terreno de frente para o mar, a 45 metros do quarto. Manoel Alfredo da Silva estava na guarita do portão de entrada da casa, que fica a 74 metros do quarto, segundo o delegado. Ele disse ter feito na noite de anteontem um teste de estampido. "Quem estava a 20 metros do quarto ouviu barulho, mas era semelhante a de um coco caindo na areia. Não dava para identificar", afirmou. O secretário de Segurança de Alagoas, José Amaral, afirma que concorda com o delegado Torres, mas prefere aguardar os laudos. Texto Anterior: 'Ela matou', diz delegado Próximo Texto: Assessores relatam namoro com Collor Índice |
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