São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 1996
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Feminino tenta conciliar datas com NBA

MARCELO DIEGO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para evitar a fuga de jogadoras para a NBA, dirigentes brasileiros querem mudar o calendário do basquete feminino local.
A NBA (liga norte-americana de basquete) terá uma edição feminina a partir de 1997.
Se prevalecer o desejo de David Stern, dirigente da liga, a NBA feminina deve ser disputada de junho a setembro, no intervalo da temporada masculina.
Em julho deste ano, acontece a definição dos times da liga. Podem participar todas as cidades que já têm franquias da NBA.
Em 96, acontecerá um torneio de basquete somente com jogadoras norte-americanas. Em 97, não. Com isso, o mercado já começa a assediar as estrangeiras.
A ala-armadora Paula, da Microcamp, disse que 70 jogadoras estrangeiras estão passando por um "draft" nos EUA -teste de ingresso para a Liga.
As mais procuradas são as canadenses, bósnias, australianas e espanholas. O Brasil, atual campeão mundial, é forte candidato a exportar atletas.
"O Brasil é o único país que tem jogadoras do nível de Hortência, Paula, Janeth, Karina. Fazer uma competição sem elas não seria interessante para ninguém", disse José Fiorizzi, diretor do departamento feminino da FPB (Federação Paulista de Basquete).
"A Federação consultou os clubes e está querendo adequar nossas datas à da NBA e à formação da liga nacional."
Segundo o dirigente, o calendário -que deve ser divulgado oficialmente em agosto- ficaria dividido em três: a liga nacional, a NBA e o Paulista.
Se o calendário da NBA mudar, muda também o brasileiro. "Temos de ser flexíveis", disse.
Patrocínio
Isso permitiria que uma atleta fosse jogar nos EUA e voltasse ao Brasil para as competições locais.
O basquete brasileiro ficaria parado por cerca de três meses.
"É a melhor saída. Isso possibilitaria também que pudéssemos contar com as norte-americanas jogando no Brasil e não esvaziaria nossos campeonatos", afirmou Antônio Carlos Vendramini, técnico do Seara/Americana.
"Permitir esse vaivém seria nossa tábua de salvação. Você pode ter um contrato de menor duração", disse o supervisor administrativo do BCN, Luiz Remunhão.
"As jogadoras, apesar do assédio, não demonstram intenção de sair. Além disso, acreditamos que poderemos competir com os salários da NBA", falou o gerente de marketing do Seara, Marcel Sacco.
"O feminino vai perder o espaço que conquistou", disse Ilda Borges Gonçalves, secretária-executiva da Unimep, que não tem patrocínio para o time adulto em 96.

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