São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 1996 |
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Comédia germânica é cheia de angústia
INÁCIO ARAUJO
O fato é que "O Homem Mais que Desejado" -baseado em um personagem de quadrinhos- fez grande sucesso em seu país, o que é outra surpresa: em geral, filmes alemães se dão bem no exterior e são rejeitados na Alemanha. "O Homem" é tudo que se pode esperar de uma comédia alemã: muita tensão, angústia, problemas existenciais e risos esparsos. A lista dos problemas vividos pelos personagens é quase interminável. De início, existe Axel (Til Schweiger), conquistador inveterado a quem a noiva, Doris (Katja Reimann) manda passear, depois de pegá-lo em flagrante com outra garota. Sem ter para onde ir, Axel, heterossexual convicto, acaba na casa de um homossexual também convicto, Norbert (Joachim Krõl). Isso complica a tentativa de reconciliação entre Axel e Doris, tanto mais que Doris tem horror a homossexuais. Problema adicional: Doris está grávida. Para chegar a uma comédia realmente cômica, o filme de Sonke Wortmann teria de investir num jogo de qiproquós bem mais cerrado, botando os problemas existenciais em surdina. Em vez disso, "O Homem" propõe um simpático leque de questões, sobre a convivência entre sexos (sejam quais forem). Seria mais interessante se, em vez da caricatura de homossexuais, o filme nos apresentasse os homossexuais como outra coisa que não ridículas caricaturas de mulheres. Como ficou, "O Homem Mais Que Desejado" é apenas um filme fracote. Bem prejudicado, no mais, pelo fato de as cópias chegarem dubladas em inglês, o que confere à pista de som uma indesejável artificialidade. Filme: O Homem Mais Que Desejado Produção: Alemanha, 1994 Direção: Sonke Wortmann Com: Til Schweiger, Katja Reimann Quando: a partir de hoje nos cines Bristol, Olido 2, Eldorado 6 Iguatemi 2 e circuito Texto Anterior: Folha promove reestréia Próximo Texto: Andy Garcia faz papel de gêmeos em 'Disputa' Índice |
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