São Paulo, sábado, 29 de junho de 1996 |
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Médico preso diz que fará revelações Ele diz não temer depoimento DA SUCURSAL DO RIO O médico Eduardo Spínola, 50, um dos sócios da clínica Santa Genoveva, disse ontem em entrevista à Folha que tem segredos políticos a revelar, mas só o fará no momento que julgar oportuno.Desde abril, morreram 99 idosos que estavam internados na clínica. Spínola se declara inocente e evita entrar em detalhes sobre suas conexões políticas. Ele foi denunciado pelo Ministério Público pelas acusações de praticar maus-tratos, lesões corporais em virtude de maus-tratos e lesões corporais graves seguidas de morte. Spínola está preso no 25º BPM (Batalhão da Polícia Militar), no Leblon (zona sul do Rio). Ele respondeu pessoalmente a perguntas feitas pela Folha. Na sexta-feira, Spínola e os outros cinco denunciados responderão a interrogatório judicial sobre o caso. * Folha - O prefeito César Maia afirma que o sr. tem ligações com o candidato a prefeito Sérgio Cabral Filho (PSDB). Cabral Filho nega. Quem está com a razão? Eduardo Spínola - Sobre política eu não quero falar agora. Vou falar sim, mas só no momento oportuno. É verdade que há uma fita que comprovaria suas ligações com Cabral Filho? Spínola - Existem fitas minhas com muitos políticos, mas elas só serão mostradas no momento certo. Quando chegar a hora, todo mundo vai saber. Folha - Como o senhor avalia a denúncia oferecida pelo Ministério Público? Spínola - Não posso ser acusado de maus-tratos nem de lesões corporais. Só poderia ser culpado por esses crimes se eu tivesse praticado a ação ou tivesse mandado alguém praticá-la. Folha - O senhor não se negou a prestar depoimento na delegacia durante o inquérito policial. Sua argumentação será a mesma durante o interrogatório de sexta-feira? Spínola - Na sexta-feira, vou responder a todas as perguntas que o juiz me fizer sobre os cerca de 30 quesitos da denúncia. Acho que consigo derrubar todos eles. Talvez uma ou outra coisa menor fique de fora. Folha - Por que alguns ficarão de fora? Spínola - Por exemplo: a denúncia diz que os funcionários da cozinha não usavam touca, uniforme e botas. Touca pode ser que eles não usassem, mas uniforme e botas usavam sim. Onde já se viu funcionário sem uniforme? Folha - O senhor pretende apresentar algum documento no interrogatório? Spínola - É só um interrogatório. Não há necessidade de apresentação de documentação. Vou só mostrar que as denúncias não procedem. Folha - O senhor espera ser posto em liberdade após o interrogatório? Spínola - Tenho que esperar o interrogatório. Estou tranquilo. Me apresentei porque não tenho nada a esconder. Texto Anterior: SP tem congestionamento recorde de 241,9 km às 19h Próximo Texto: Hoyos diz não ter rancor Índice |
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