São Paulo, sábado, 29 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Morador não ouviu tiros

FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA

Os moradores de Arenoso e das proximidades da estrada que dá acesso à base naval de Aratu, onde foram encontrados os corpos das cinco vítimas da chacina, disseram à polícia que não perceberam nada de anormal durante a madrugada.
"Não ouvimos gritos ou tiros", afirmou ontem a dona-de-casa Marta Francisca de Souza, 56.
A dona-de-casa mora a pouco mais de 300 m de onde os corpos foram encontrados pelos próprios moradores.
O delegado Nivaldo Dória disse que os moradores do bairro "estão acostumados" com a violência.
"Eles não falam porque temem represálias", declarou o delegado.
O pedreiro Sebastião Rodrigues Silva, 32, disse à polícia que os crimes no bairro são frequentes.
Segundo a polícia, ele afirmou que as pessoas têm medo de sair à noite.
Silva afirmou ainda que não ouviu tiros na madrugada de ontem, segundo a polícia.
Dória disse que somente com a prisão dos autores é que a chacina será completamente esclarecida.
Desova
O local onde as vítimas foram assassinadas é considerado pela polícia como muito perigoso.
"Não existe nenhum tipo de iluminação e os moradores do bairro sabem que essa estrada é área de desova (de corpos)", afirmou o delegado.
Até as 17h30 de ontem, nenhum parente das vítimas tinha comparecido ao Instituto Médico Legal. Na delegacia, ninguém apareceu para prestar depoimento sobre a chacina.

Texto Anterior: Cinco morrem em chacina na BA
Próximo Texto: Bomba é encontrada e desarmada em PE
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.