São Paulo, sábado, 29 de junho de 1996
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PT, G-7 e 2002

CLÓVIS ROSSI

Lyon - O PT, por intermédio de seu presidente nacional, José Dirceu, também está em Lyon. Não, não participa da cúpula do G-7, o clube dos sete países mais ricos do mundo, mas do "Contra G-7", manifestação habitual dos que discordam do chamado "pensamento único", visão de mundo hoje predominante.
Ou "sadomonetarismo", novo slogan cunhado pela organização européia "Uma Semente".
Dirceu participou ontem de entrevista coletiva à qual compareceram mais militantes do PT radicados na região do que jornalistas (o partido tem núcleos em 80 cidades do mundo).
Nela, Michel Chossudovsky, professor da Universidade de Otawa (Canadá), comparou o "pensamento único" ao Corão, a bíblia dos muçulmanos, pelo radicalismo com que é levado à prática.
Dirceu, claro, concorda, mas admite que não há, no cenário universal, alternativas viáveis a curto prazo.
Mesmo no Brasil, conta que o projeto do PT não visa especificamente 1998. Aliás, informa que Luiz Inácio Lula da Silva, o principal líder petista, não está mesmo disposto a uma nova candidatura. Prefere até apoiar um candidato de outro partido de esquerda, desde que viável eleitoralmente.
Para o PT, o importante é o período 1996/2002.
Nesse intervalo, controlaremos 1/3 do país", aposta o presidente nacional petista, incluindo na conta governadores, prefeitos e parlamentares em geral.
Aí, o partido acha que terá que ser levado em conta na hora de qualquer negociação, que, de resto, Dirceu acha inevitável.
Afinal, se nem FHC, com maioria desde os tempos de ministro da Fazenda, consegue governar, imagine-se a esquerda.
PS - Erro brutal de geografia na coluna de ontem: onde estava escrito rio Reno, leia-se rio Ródano.

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