São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996
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Mercosul cresce e Argentina padece

GILSON SCHWARTZ
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

A semana passada foi do Mercosul, destacando-se a aproximação com o Chile, Bolívia e Venezuela.
Mas, para os argentinos, as notícias foram desanimadoras. O desemprego oficial (que o governo divulga só a cada seis meses!) é de tirar o fôlego: 17%. O ministro Cavallo está em guerra com o ministro da Justiça e denúncias de corrupção continuam no ar. O presidente Menem anunciou a eliminação de secretarias e sub-secretarias de governo -mas poucos dias depois criou quatro ministérios.
Outro dado inquietante refere-se às contas públicas: desde 1989 o aumento da dívida foi de 41,4% (mais US$ 25,81 bilhões), apesar do Plano Brady (alívio de 35%) e da receita de US$ 25 bilhões com as privatizações. Apenas entre janeiro e março deste ano o governo argentino tomou empréstimos no valor líquido de US$ 1,31 bilhão.
Os recursos externos são essenciais. Na próxima terça, portanto, a "pátria financeira" portenha estará colada aos terminais de computador para ver se o Fed (banco central americano) aumenta os juros (o que é improvável).
O gráfico mostra como até o investimento estrangeiro direto (que se supõe menos volátil) se retrai quando os juros externos sobem (o que ocorreu ao longo de 94).
O ajuste à crise foi nas importações, sem grande alta nas exportações. Ou seja, um crescimento econômico maior pode ser fatal para a balança. O Mercosul floresce. Quanto à Argentina...

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