São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996 |
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Dinheiro público financia os brasileiros em Atlanta LUCIO VAZ LUCIO VAZ; SERGIO TORRES
SERGIO TORRES O dinheiro público vai mais uma vez financiar a participação brasileira na Olimpíada. Apesar do discurso do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, e da promessa do ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, a maioria da verba destinada às confederações e ao COB vem do governo federal e de estatais. Só a CBF (futebol) mantém-se com dinheiro privado. Nuzman, quando assumiu o COB em 1994, anunciou que iria "privatizar" o esporte. Na sexta-feira, disse à Folha que o Projeto Atlanta deve consumir R$ 10 milhões e que 60% desses recursos vêm do setor privado e da venda de produtos licenciados. O Projeto Atlanta tem dois patrocinadores principais: Embratel (estatal, telecomunicações) e Brahma (privada, bebidas) pagaram cada uma R$ 4 milhões (R$ 2 milhões/ano). A conta de Nuzman não inclui, porém, o dinheiro do governo federal e das estatais para o esporte olímpico. O Ministério dos Esportes destinou R$ 2,8 milhões às confederações, por um convênio assinado entre Nuzman e Pelé. Além disso, as maiores confederações, exceto a CBF, mantêm contratos com estatais. Só esses patrocínios, somados, rendem de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões/ano. Nuzman definiu como "um início de trabalho" a preparação e a disputa em Atlanta. Ele assumiu o COB no fim de 1994. "Precisamos de muitos recursos, independentemente da fonte. Não estamos em condições de prescindir da ajuda de ninguém. É imperioso lutar por qualquer recurso", afirmou. Por meio da empresa Sports Media, o COB conseguiu mais seis "parceiros". O contrato com a Reebok prevê o fornecimento de material esportivo, mais dinheiro. A Varig é a transportadora oficial da delegação olímpica -contribui com passagens. A Golden Cross dá assistência médica aos atletas e faz todos os testes anteriores às competições. A Icatu fez seguro para todos os membros da delegação do COB e ainda dá uma parte em dinheiro. A Kibon contribui com dinheiro, além de contratar atletas. A indústria farmacêutica Schering-Plough aceitou pagar pelo menos R$ 250 mil, referentes a percentual de vendas do antiinflamatório Scaflam. Outra fonte de recursos é a comercialização de produtos licenciados pelo Comitê Organizador de Atlanta. O COB quer arrecadar R$ 1 milhão com essa venda. LEIA MAIS sobre o financiamento do Brasil em Atlanta nas págs. 5 e 6 Próximo Texto: Convocação revela toda a cautela de Zagallo Índice |
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