São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996
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CBF mantém Nuzman longe do futebol

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O futebol é um caso à parte na comitiva brasileira que vai aos Jogos Olímpicos de Atlanta.
A delegação desse esporte é totalmente desvinculada do COB. Os jogadores só vestirão os uniformes oficiais da delegação brasileira no pódio, em caso de premiação.
A equipe de futebol não vai participar da cerimônia de abertura e em princípio também estará ausente da festa de encerramento da Olimpíada-96.
A participação da seleção masculina brasileira na disputa por medalhas no futebol está orçada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em R$ 3 milhões.
Nesses R$ 3 milhões, não entram os prêmios em caso da conquista da inédita medalha de ouro.
A Folha apurou com integrantes da comissão técnica que o ouro valerá a cada jogador um prêmio entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.
Copa do Mundo
A CBF tem dado à equipe olímpica do futebol tratamento semelhante ao da seleção principal, que há dois anos se tornou tetracampeã na Copa do Mundo dos EUA.
Ao contrário do que costuma acontecer em Olimpíadas, não haverá convívio entre os brasileiros do futebol masculino e atletas de outros países e esportes.
A delegação do futebol não ficará na Vila Olímpica ou junto de equipes estrangeiras.
A CBF alugou dois andares em um hotel de Coral Gables, próximo de Miami, a fim de abrigar jogadores e comissão técnica.
Em princípio, a CBF pensou até em alojar a delegação em um hotel pequeno, como ocorreu na Copa dos EUA, para que não houvesse outros hóspedes.
A infra-estrutura de apoio à equipe -transportes, segurança e administração- também será de responsabilidade da CBF.
Material esportivo
O distanciamento entre o pessoal do futebol e o das outras modalidades se evidencia no uso do material esportivo.
À exceção do futebol e do vôlei, que tem contrato com a empresa Asics, todas as equipes brasileiras usarão Reebok, fornecedora oficial de material esportivo do COB.
A delegação do futebol não vestirá Reebok porque a CBF tem contrato de exclusividade com a empresa Umbro.
Além de material esportivo, a CBF recebe US$ 1 milhão por ano da Umbro. O acordo com a empresa vai ser cumprido pela CBF durante os Jogos Olímpicos.
Nos entendimentos mantidos com o COB, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse não existir a possibilidade de a seleção de futebol usar Reebok na Olimpíada.
E o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, por seu lado, preferiu não entrar em atrito com Teixeira.

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