São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996
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Bocaina é para quem gosta de trilhas

JOSÉ CARLOS CHAVES
ENVIADO ESPECIAL À SERRA DA BOCAINA

Lugar de carro com tração nas quatro rodas é nas trilhas. E não há local melhor que a serra da Bocaina para percorrer estradinhas com muita lama, pedra, rios e aventura.
O roteiro percorrido pela Folha tem como porta de entrada a pequena São José do Barreiro (260 km a nordeste de São Paulo), de 6.500 habitantes.
O nome vem da capela erguida em homenagem a São José, em 1820, e da existência na época de um grande atoleiro.
São 25 quilômetros de subida em uma estrada de terra sinuosa e acidentada. Pouco a pouco, o caminho vai dando mostras de uma vegetação mais exuberante, circundando despenhadeiros verdes.
Um pouco antes de chegar ao parque, num desvio à direita, há uma rampa para saltos de asa-delta, a 1.700 metros de altura, que oferece uma visão das montanhas.
A entrada de carros no parque só é permitida aos donos de propriedades locais. A opção é conseguir uma permissão do Ibama por meio da única hospedaria no parque, a Pousada Vale dos Veados.
Trata-se de uma rústica construção de madeira sem luz elétrica. O aventureiro pode optar por um almoço (R$ 17 por pessoa) ou um fim-de-semana (R$ 170 por casal).
Até o pequeno hotel são mais 16 quilômetros. Apesar da pequena distância, de São José do Barreiro até o vale são três horas e meia de trilha. A mata fechada, as fendas abertas pelas erosões e pedregulhos não deixam o carro desenvolver velocidades acima de 30 km/h.
Para quem não tem muita experiência em pilotar na lama, a melhor época é de abril a outubro. Entre janeiro e março, as chuvas tomam conta do cenário e os atoleiros surgem uns atrás dos outros. E aí, só mesmo veículos com tração 4x4. Mesmo assim, alguns encalham na lama.
O caminho inclui a travessia de alguns rios, que na temporada das chuvas chegam a cobrir o capô.
Atrações
Porém a paisagem vale a pena. A primeira recompensa é a cachoeira de San Isidro, uma bela queda-d'água de uns 60 metros de altura, que forma um lago de água cristalina.
Chegando ao vale dos Veados, é hora de dar uma pausa ao carro. De lá há muitas opções de passeios.
A duas horas de caminhada, há duas cachoeiras: Marrecas e Posses. Andando uma hora e meia, numa subida íngreme, chega-se ao pico do Gavião, onde o jipeiro recebe o prêmio final da viagem: apreciar, em dias claros, com um ângulo de visão de 360°, o litoral de Angra dos Reis (RJ).

Para saber mais - Informações turísticas em São José do Barreiro: (0125) 77-1288; Pousada Vale dos Veados: (0125) 77-1102.

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