São Paulo, segunda-feira, 1 de julho de 1996
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Greve encurta folga nas universidades

DA REPORTAGEM LOCAL

Alunos vão às aulas no mês de julho

Greve encurta férias nas universidades
Os alunos da USP, Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) vão ter um programão nessas férias: assistir aulas.
Por causa da greve dos professores no mês de junho, muitos cursos vão ter de repor aulas.
A universidade mais atingida é a Unesp, que teve 12 dos seus 15 campi paralisados por 11 dias.
Os calouros de todos os cursos e os alunos de medicina do campus de Botucatu e de odontologia dos campi de Araraquara e Araçatuba vão passar o mês de julho inteiro na sala de aula.
Muitos cursos, como os dos campi de Bauru, Assis e do Instituto de Biociências de Botucatu, tiveram as férias cortadas pela metade.
As férias serão completas para os alunos dos campi de Rio Claro, Jaboticabal e São José dos Campos, que não interromperam as aulas.
O Instituto de Artes, em São Paulo, vai repor os 11 dias parados em julho. Adriana Pereira Oliveira Colossio, 19, caloura de educação artística diz que preferia não ter aulas nas férias, mas "não vê outro jeito". "Acho que vão ficar faltando aulas."
Seu colega Felipe Martins Paros, 18, tem a mesma preocupação. "Desconfio que boa parte das aulas pode ser considerada perdida."
O diretor do instituto, John Boudler, 42, diz que a escola vai zelar para que a reposição seja cumprida. "O mês de julho tem muitas atividades artísticas das quais participam alunos e professores. A reposição pode ser feita sem seguir o calendário específico."
Na Unicamp e na USP, os professores têm até o dia 13 de julho para reposição de aulas.
Os alunos da USP voltam às aulas no início de agosto. O calendário do segundo semestre não sofreu alterações. Na Unicamp, as aulas começam só no dia 15 de agosto.
A Comissão de Graduação da USP aprovou a proposta de reposição feita pela Faculdade de Psicologia.
O diretor do Centro Acadêmico da faculdade, Samir Perez Mortada, 23, não aprovou a decisão.
"É péssimo. Preferia que a reposição fosse feita no segundo semestre, com aulas em dezembro. Os alunos que apoiaram a greve acabaram prejudicados", diz.
Segundo Samir, as provas ficaram acumuladas. "Estamos fazendo seis, sete provas em uma semana", diz.

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