São Paulo, segunda-feira, 1 de julho de 1996
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Kaiser usa EDI para reduzir estoques

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A estabilização econômica tem levado várias empresas a considerar a adoção de uma tecnologia que, apesar de representar um investimento pequeno, pode significar uma economia de recursos muito grande.
O EDI (Troca Eletrônica de Documentos, em inglês) é um sistema que permite que empresas troquem eletronicamente documentos comerciais como faturas, pedidos e posição de estoques.
"O EDI estabelece uma forma padronizada para troca de documentos entre empresas de forma segura", afirma Luis Otávio Carvalho Lopes, consultor da Interchange, empresa que oferece serviços de EDI no Brasil.
Segundo Lopes, a principal vantagem do sistema é a segurança, garantida por meio de criptografia e de um protocolo que informa se a informação foi, de fato, recebida.
Além da Interchange, a Embratel, a Proceda e a IBM também fornecem serviços de EDI no Brasil.
Na prática, essas empresas funcionam como uma "central de caixas postais" eletrônicas fazendo a conversão das informações trocadas entre as empresas para o padrão EDI.
Até recentemente, a principal utilização do EDI no país estava no mercado financeiro.
Com a queda da inflação, o uso do EDI Mercantil, para troca de informações entre empresas e seus fornecedores, começou a crescer rapidamente.
Fraudes e desvios
Entre as empresas brasileiras que já adotam o sistema estão a Kaiser, a Brahma e a rede de supermercados Pão de Açúcar.
A Kaiser vem utilizando o EDI, desde agosto passado, para transferir para seus fornecedores o controle e os custos de estoques de componentes.
Por intermédio do EDI, fornecedores de rótulos e rolhas metálicas da Kaiser sabem exatamente como está a posição dos estoques da empresa. Quando o estoque atinge o nível de reposição, eles enviam uma nova remessa e emitem uma fatura eletrônica.
Atualmente, a Kaiser tem esse sistema implantado em sete fábricas, que estão ligadas a cinco fornecedores.
Segundo Angelo Zaniboni, gerente de planejamento de materiais da Kaiser, a empresa economizou US$ 700 mil em estoques com a adoção do processo, além de liberar 500 m3 de seu almoxarifado.
Investimento mínimo
"Os investimentos necessários para a implantação do EDI são mínimos quando comparados com a redução de custos e de burocracia que ele proporciona", afirma Zaniboni.
O EDI permitiu que a Kaiser agilizasse seu processo de "just-in-time" -técnica de gerenciamento que transfere ao fornecedor a responsabilidade e o gerenciamento dos estoques da companhia.
Segundo Zaniboni, são necessários alguns requisitos para participar de um processo de gerenciamento eletrônico de estoques por EDI.
"O produto precisa ter participação representativa nos custos da empresa, e os volumes de compra precisam ser constantes. Além disso, é necessária uma total confiabilidade no fornecedor", diz.

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