São Paulo, terça-feira, 2 de julho de 1996
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Produto é bem aceito nos EUA

PATRICIA DECIA
DE NOVA YORK

Os novos remédios de combate à Aids estão tendo uma ótima aceitação nos EUA, de acordo com Wagner Denuzzo, 32, que trabalha com um grupo de mais de cem imigrantes HIV-positivos no país.
Segundo ele, apenas quem já estava com Aids em estágio bastante adiantado e sofrendo complicações múltiplas não suportou os efeitos colaterais associados às novas drogas.
"Entre todas as pessoas que conheci e que estavam tomando os novos remédios, apenas três mostraram uma reação contrária à esperada, com o aumento de vírus no organismo. Mas isso ocorreu apenas num período inicial", afirmou.
Denuzzo, assistente social no hospital San Vincent, em Nova York, afirma que esses remédios representaram o ressurgimento da esperança aos portadores de HIV, após cinco anos de estagnação.
Até agora, o alto custo dos medicamentos -cerca de US$ 600,00 por mês- não é um problema para os doentes. Há pelo menos duas maneiras de conseguir remédio gratuitamente nos EUA: pelos programas do governo ou por meio da indústria farmacêutica.
O joalheiro Carlos, 32, que descobriu ser portador do HIV há quase três anos, está tomando Indinavir há dois meses.
Ele já foi medicado com AZT, ddI, 3TC e D4T e afirmou que nunca teve um resultado tão bom como dessa vez. "Não fiquei gripado, me sinto supersaudável e com muita energia. Estou trabalhando e vou à academia três vezes por semana."
Segundo ele, ao tomar o remédio, é preciso ser mais disciplinado para não esquecer nenhum dos nove comprimidos distribuídos em três doses diárias. Além disso, há os efeitos colaterais, que, no caso de Carlos, se resumem a constantes dores de cabeça.
"No começo sofri dores no corpo, no estômago e diarréia, mas fui me adaptando. Agora só a dor de cabeça, que me fez abdicar de várias coisas. Não posso beber uma gota de álcool", afirma.

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