São Paulo, terça-feira, 2 de julho de 1996
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'Espionagem causa mais tensão'

JAIME SPITZCOVSKY
DO ENVIADO ESPECIAL

Gueorgui Arbatov, 73, presidente do Instituto de Estados Unidos e Canadá da Academia de Ciências da Rússia, foi nos anos 80 um dos principais assessores de Mikhail Gorbatchov. Hoje, estuda os caminhos do governo Ieltsin. A seguir, trechos de entrevista à Folha.
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Folha - Ieltsin disse que a Rússia precisa estar "vigilante contra espiões estrangeiros". Setores do governo já defenderam aumento da atividade de inteligência russa no exterior. Voltamos ao período da Guerra Fria na espionagem?
Gueorgui Arbatov - Acho que não se pode incrementar a atividade de espionagem no exterior. Quem defende essa tese acha que tal medida pode ajudar nossa economia, trazendo tecnologia e informações. Acho melhor comprar a licença de um produto ou fazer uma joint venture. Aumentar espionagem só causaria mais tensão.
Folha - Qual o papel da espionagem atualmente?
Arbatov - A Guerra Fria terminou. Podemos discutir as novas regras do jogo. Não quero dizer que a espionagem deva ser abolida, mas acho que pode ser usada para desarmamento, narcotráfico, terrorismo e crime organizado.
Folha - As declarações nacionalistas de Ieltsin e de Lebed significam um período de relações complicadas com o Ocidente?
Arbatov - Se o Ocidente apoiar reformas econômicas que fortalecem os extremistas e o PC, há um risco de se complicarem.
(JS)

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