São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996
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Para diretor, tubulação não era sob o piso

Ele disse ter sentido cheiro estranho

DA REPORTAGEM LOCAL

Marcelo Zanotto, diretor da B7 Participações, proprietária do Osasco Plaza Shopping, foi ouvido ontem pela comissão da Prefeitura de Osasco que apura a explosão que matou 42 pessoas no dia 11 de junho.
Segundo Angelo Melli, secretário-geral da comissão, em seu depoimento Zanotto afirmou desconhecer a tubulação de gás que passava no vão existente entre o piso do shopping e o solo.
Essa tubulação, segundo exames iniciais da polícia, teria sido a responsável pelo vazamento de gás de cozinha que provocou a explosão.
"Ele (Zanotto) afirmou que, pelo projeto de construção, a tubulação deveria passar no contrapiso. Ele não soube informar quem alterou o projeto", disse Melli.
Em seu depoimento, ele afirmou ainda que a B7 contratou a empresa BRR, que ficou responsável pela contratação de empresas, acompanhamento e fiscalização das obras do shopping.
Cid Vieira de Souza, advogado da Wysling, afirmou que a empresa só vai se manifestar após a conclusão dos laudos periciais.
"Tudo foi feito de acordo com os padrões técnicos e com o que pediram à empresa", disse Souza.
A BRR informou que não tinha obrigação de fiscalizar nada. "A Wysling tinha que fiscalizar tudo o que executou. Isso está bem claro no contrato", afirmou a advogada da empresa, Mary Livingston.
Cheiro estranho
Zanotto afirmou também ter sentido um cheiro estranho no interior do prédio diversas vezes e que teria até reclamado com o gerente de operações do shopping.
Mas, segundo Melli, Zanotto não identificou o cheiro como sendo gás de cozinha. "Ele disse que parecia mais cheiro de esgoto."
Durante o depoimento, Zanotto afirmou que empresas especializadas foram chamadas para verificar o problema e nada foi descoberto.
A Prefeitura de Osasco informou que ainda não há data para liberar o shopping aos lojistas.

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