São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996
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Programa de Ruth sofre avaliação

Participantes apontam falhas

FERNANDO ROSSETTI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Falta de continuidade das iniciativas e inadequação do material didático foram os principais problemas apontados ontem no Seminário de Avaliação do programa-piloto Universidade Solidária, em Brasília.
Em janeiro e fevereiro, 1.050 estudantes e professores universitários, divididos em grupos de 11 pessoas, passaram 23 dias desenvolvendo trabalhos educativos em comunidades carentes.
O programa é classificado como a "parte prática" do Comunidade Solidária pela sua presidente, a primeira dama Ruth Cardoso. Sem orçamento próprio, o programa foi realizado com parcerias com instituições como a Petrobrás.
No seminário de avaliação, que termina hoje, na Universidade de Brasília, Ruth Cardoso reconheceu que o programa "tem ainda uma alta dose de improvisação".
Essa improvisação foi responsável pela área mais criticada: o material didático. Dividido em três temas principais -saúde da mulher e da criança, primeiros socorros e sexo na adolescência-, os vídeos e impressos levados às comunidades eram uma reunião de materiais já existentes.
O vídeo sobre sexo na adolescência -com sequências muito rápidas, sobre problemas de jovens urbanos- gerou polêmica.
Estudantes e professores que visitaram os municípios -todos em áreas rurais- disseram que a linguagem não era adequada.
O telecomunicador Hermano Viana, no entanto, afirmou que "a surpresa (provocada pelo vídeo) pode provocar novas situações de aprendizagem".
Também foi criticado o fato de o programa durar 23 dias e, depois, não haver continuidade. Segundo Ruth Cardoso, a idéia é envolver universidades da região.

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