São Paulo, quarta-feira, 3 de julho de 1996 |
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Internet informa mais consumidor
MARINA MORAES
Ela obedece ao ditado segundo o qual se Maomé não vai a montanha, ... Imaginem transportar um hospital inteiro para a frente de batalha e armar os médicos com todo o equipamento de última geração. Diante das dificuldades para cumprir essa missão, os planejadores de guerra americanos resolveram inverter a equação. A idéia é praticar a "medicina eletrônica" bem ali onde caem os mísseis. Por isso, o Exército dos Estados Unidos está testando o trabalho de uma unidade que fará os primeiros socorros ligada eletronicamente a um pequeno hospital na retaguarda. Enquanto isso, a idéia da consulta médica à distância ainda é uma proposta tentadora, principalmente, para o morador do interior do país. Se o caso não é de emergência, a Internet já pode ajudar. Um levantamento recente do "The New York Times" descobriu a existência na rede de 194 endereços para medicina alternativa, 983 para doenças específicas, 1.633 para medicina em geral, 346 para saúde mental e 389 endereços relacionados à farmacologia. Ainda não é possível fazer uma consulta "eletrônica", via computador, mas estamos perto disso. A maior parte dos endereços fornece informações gratuitas ao usuário, desde que ele se submeta a um bombardeio de propostas e propagandas das companhias de seguro. Uma das primeiras tentativas de arrancar um trocado do usuário da Internet está sendo feita em um acordo entre a Time Warner e a America Online. Você paga de acordo com o tempo de consulta ao endereço, dividido em quatro categorias. Em uma recente passagem pelo "Thrive", que é o nome do serviço, fiquei impressionada com a variedade enciclopédica. Dá para descarregar de uma receita de bolo natural até um regime de exercícios para quem quer perder a barriga. Os analistas duvidam que a telemedicina será capaz de um dia eliminar o contato direto entre médico e paciente. Pelo contrário, está no ar uma onda de combate à impessoalidade nos tratamentos, com muita gente advogando a volta do clínico e do médico de família. Eles acham que a Internet vai servir apenas para tornar o consumidor mais bem informado. A pesquisa do "Times" na rede descobriu a existência de 125 endereços de odontologia. Isso sim é uma proposta tentadora: se apenas fosse possível frequentar o dentista eletronicamente, à distância do zumbido daqueles aparelhinhos. Texto Anterior: Biotecnologia: o software transforma o mundo Próximo Texto: Fale por telefone com o "NetMeeting" Índice |
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